O governo do Estado e a Justiça acertaram em não esperar para agir no caso da desocupação da área pública da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) às margens do Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas (SP-21), entre Itaquaquecetuba, Arujá e Guarulhos.
Com a decisão judicial para colocar fim à invasão, a Polícia Militar foi até o local para garantir a retirada das famílias que haviam demarcado os lotes e se assentado de maneira irregular com vários barracos já erguidos. Felizmente, não houve confronto e tudo ocorreu de forma pacífica.
O resultado mostrou que quando as autoridades estão atentas a situações desse tipo e logo tratam de buscar soluções, as consequências são as menos danosas possíveis. Até mesmo porque, se a CDHU tardasse em recorrer às medidas cabíveis, seria muito mais difícil de conseguir o intento lá na frente.
A constatação ocorreu pouco mais de um mês atrás, durante vistoria do governador Geraldo Alckmin (PSDB) no canteiro de obras do Trecho Leste, e foi a manchete do Dat naquela ocasião. Por sorte, tudo se desenrolou de forma rápida e um mal maior foi evitado, restando agora a fiscalização do local.
No entanto, mal havia terminado a invasão, um novo problema tomou forma. Indignados com o fato de terem que sair de onde estavam, os invasores trataram logo de ocupar um conjunto da CDHU em construção perto dali, no Jardim Emília, em Arujá. A situação ficou bem complexa, pois os policiais militares que haviam sido encaminhados para fazer cumprir apenas a liminar de reintegração de posse da área ao lado do Rodoanel não sabiam se partiam naquele momento para a desocupação dos prédios, o que acabou ocorrendo no final da tarde.
Os ocupantes não apenas demonstraram despeito com essa atitude inconsequente, como também egoísmo, pois centenas de famílias estão há tempos aguardando para se mudar para essas unidades. O prefeito Abel Larini (PR) e o deputado estadual André do Prado (PR) estão fazendo uma verdadeira campanha para que os apartamentos sejam liberados a quem de direito até dezembro. Com essa ocupação, o prazo desejado correria sério risco de não ser cumprido.
O fato é que as pessoas agem pela emoção e acabam prejudicando elas mesmas e outras que nada têm a ver com isso. O que se espera é que a celeridade para solucionar esses casos também ocorra em outros futuros. Forçar a situação a qualquer custo para conseguir o que quer não é o caminho.