Com toda certeza, o leitor que neste momento aprecia este Editorial, deve conhecer pelo menos um cidadão que parece ainda não ter atentado para a grave situação hídrica que grande parte do Brasil - e particularmente nosso Estado e região - passa. Isso porque os banhos demorados, os atos de lavar carros, calçadas - entre outros - podem ser vistos. Basta olhar mais atentamente à nossa volta que os maus exemplos são incontáveis.
Recentemente, um professor da Unicamp - que é especialista nessa área - previu, entre outras coisas, que nos próximos 30 anos a chuva será cada vez mais rara. Isso conforme os vários ciclos na natureza. Este mês de agosto é um exemplo - quando se viu um inverno com temperaturas máximas na casa dos 26 a 29 graus praticamente por mais de duas semanas? E alertas como desse professor universitário são dados a todo momento, mas parece que todos encaram como um problema dos outros, longe das nossas casas.
Mas, se aqui no nível debaixo - onde vivemos nós, o povo - a situação infelizmente é essa, com o descaso de grande parte da população sobre o consumo da água, na parte de cima - onde estão os governantes - há uma falta de tomada de posição eficiente e contundente sobre essa grave crise hídrica. Achar que campanhas a base de panfletos e ações menores vai dar algum resultado é acreditar em Papai Noel, mula sem cabeça e por aí afora.  Não vimos, até agora, uma campanha maciça dizendo que daqui a pouco não teremos mais água, e usá-la com sabedoria, e sem desperdício, não é apenas uma obrigação, mas sim uma questão de sobrevivência. Fala-se de tudo, mas não há uma sacudida geral na nação, que em grande parte vive com esse problema da escassez da água. Isso é uma irresponsabilidade governamental coletiva criminosa. 
Com o atual cenário é possível lembrar da placa que ficava à beira do rio Tietê - na ponte da avenida Francisco Rodrigues Filho, no Nova Mogilar, aqui em Mogi, li - há muito tempo - uma plaqueta, com um provérbio indígena, que dizia o seguinte: "Somente quando for cortada a última árvore, pescado o último peixe, poluído o último rio, que as pessoas vão perceber que não podem comer dinheiro." Parece que esses tempos já estão muito próximos.