Da mesma forma que ocorreu no ano passado, diversas fontes especulam sobre o que pode acontecer se as chuvas continuarem a demorar a cair aqui pela região do Alto Tietê. Entre as "adivinhações" estão sempre a de que represas vão secar ou que teremos um rodízio para o uso da água. A primeira hipótese realmente deve ocorrer, até porque algumas represas são pequenas e qualquer seca já costuma causar um estrago enorme. A segunda, claro, será uma ação do governo em um caso extremo, de urgência.
Ontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que já existe um plano de contingenciamento de água, mas garantiu que o governo ainda não trata o rodízio de água como algo perto de ocorrer. De qualquer forma, os especialistas de plantão continuarão fazendo suas previsões, até porque elas são gratuitas.
Se tem algo a ser feito diante da crise é aprender a economizar. Infelizmente, as campanhas realizadas no final do ano passado já foram esquecidas, e as pessoas voltaram a gastar bastante. Foi como se as chuvas do verão tivessem resolvido o problema para o resto da vida. Não deveríamos pensar assim.
Em Mogi das Cruzes, por exemplo, o índice de economia foi diminuindo relativamente ao aumento das chuvas no início deste ano. As demais cidades da região então, nem se quer continuaram com suas campanhas para diminuir o consumo, enquanto outras nunca as fizeram.
A crise da água deveria ser vista como uma realidade que exige ações práticas. Informações e previsões não vão mudar os níveis de água nas represas. Portanto, tudo o que temos visto neste mês de agosto já ocorreu no ano passado, tem sido uma repetição de notícias e previsões. O que teria de se repetir são as campanhas.
A economia de água não ocorre na prática porque em vez de os governos e empresas estimularem a economia, eles preferem punir quem consome. Por que não lançar uma campanha em que, quem diminuir seus gastos, receberia algum prêmio, como um bom desconto na conta, além de já ter diminuído seus gastos? Mas a forma de punição ainda é a mais adotada por aqui.
O estímulo deve vir com incentivos e não com punições. Mas parece que o governo pensa em faturar com multas e cobranças dos trabalhadores. Sem educação, instrução e bons motivos para mudar de postura, o cidadão demorará mais para aprender. Com isso, percebemos que vamos continuar convivendo com críticas e pensamentos sobre o caso, mas sem a resolução em si.