Todos os objetivos alcançados. É este o balanço do mestre Rosa, líder do tradicional grupo Baraúna Capoeira Show, de Mogi das Cruzes, que retornou do Japão na última sexta-feira após ministrar workshops sobre a modalidade de dança. O intuito foi reciclar e modernizar o que estava sendo passado para os japoneses sobre a capoeira.
Além disso, o mogiano batizou quatro novos professores e trocou a faixa de alguns atletas orientais. O grupo Baraúna possui raízes no Japão há exatos 10 anos, quando fundou a primeira academia Baraúna na cidade de Takamatsu, unidade que é comandada pelo também mogiano, radicado no Japão há 20 anos, mestre Negão. O grupo, no entanto, se expandiu ainda mais e, em 2014, abriu uma filial em Kyoto. Por lá, o responsável é o mestre Sho. Nascido no país asiático, ele foi um dos professores batizados recentemente pelo mestre Rosa.
"O povo japonês é muito aberto a novas culturas e aceitou muito bem a capoeira. Se engana quem pensa que eles são frios, e não têm jogo de cintura, muito pelo contrário. O nível da capoeira apresentando lá é muito bom. Além disso, eles são apaixonados pelo nosso samba, pelo berimbau e pelo axé", contou mestre Rosa, que se mostrou muito satisfeito em contribuir para a difusão de uma arte tão característica do Brasil. "A cultura brasileira é muito forte no Japão, e esse intercâmbio foi muito importante. Até março do ano que vem devemos ter mais três professores que irão para lá, dar sequência ao nosso trabalho."
Eco Baraúna
Outra finalidade da viagem que durou 15 dias foi colher fundos para a instalação de um projeto que já está em andamento: é o "Eco Baraúna". O espaço localizado na estrada Jinichi Shigueno, na Vila da Prata, será usado como um "Centro de Estudo e Desenvolvimento" da capoeira. A intenção do mestre Rosa, que integra desde 2002 a coordenação do Congresso Nacional de Capoeira, é desenvolver o local apenas com materiais ecologicamente corretos e cercado pela natureza e animais.
"Fui atrás de parceiros e pessoas que pudessem nos ajudar a pôr o Eco Baraúna em prática. Ele será usado, além de um centro de convívio entre nossos capoeiristas, como um ponto de hospedagem para os japoneses que vierem até Mogi, por meio do nosso intercâmbio", disse Rosa.
Segundo o mestre, dentro de alguns meses o "Eco Baraúna" estará totalmente pronto. Interessados em apoiar a iniciativa com doações podem ligar para o telefone 953437952.