O Prefeito de São Paulo e seu secretário municipal de transportes, numa canetada reduziram os limites de velocidade máxima na via marginal do Rio Tiete e do Rio Pinheiros. A medida que não foi precedida de prévio debate e que teve como justificativa a redução do número de acidente, foi uma surpresa para todos. Embora a justificativa oficial seja a redução do número de vítimas em acidentes fatais, a ideia geral é de que, o que se pretende de fato é aumentar a arrecadação com as multas por excesso de velocidade. O que já se convencionou chamar de indústria da multa de fato é uma fonte de receita importante para qualquer município, principalmente para Capital, onde a arrecadação é bilionária. Muitas críticas e o assunto dominou o noticiário. Até mesmo uma ação judicial foi proposta contra a redução pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo. Como a medida foi implantada antes do término das férias escolares, o que se temia era o caos nas vias marginais com o retorno das aulas. Passados alguns dias, a polêmica mingou. A imprensa não é mais tão feroz e os críticos perderam a voz. Como milhares de moradores do Alto Tiete, também uso as marginais. Nas incursões pela capital constatei que, a redução da velocidade, ao contrário do que todos imaginavam, garantiu a fluidez no trânsito.
Nas viagens pela capital utilizando as vias marginais, em dias e horários diversos notei sensível melhora na fluidez, sempre transitando na velocidade máxima permitida (70, 60 e 50 km/h) sem parar durante todo o trajeto. O que parecia ser muito ruim se revelou muito bom. Agora há uma finalidade realmente prática para o piloto automático, não ultrapassar a velocidade máxima de 50 km/h. Parece um city tour mas o fato é que você não para. Devagar e sempre. As principais vias expressas de São Paulo também sofreram redução da velocidade para 50 km/h. A arrecadação das multas vai aumentar, porque exceder o limite é possível até de bicicleta, mas mesmo assim o trânsito melhorou. O Poder Público acertou, sem querer.