Arrecadação de impostos abaixo do que era esperado, corte de repasses do governo federal que limitam a capacidade de investimentos, contingenciamento de gastos nas mais diversas secretarias. A realidade das prefeituras nos últimos meses não anda muito fácil. Ainda que muitas delas tenham fechado positivamente o balanço do primeiro semestre, o fato de não estarem no vermelho vira comemoração, mais efusiva do que a lamentação por não terem condições de emplacar novos projetos, concretizar promessas de campanha e atender anseios e necessidades da população.
O desafio é conseguir fazer uso do que tem com parcimônia, mas, sobretudo, com eficácia e inteligência. Mais do que bradar aquilo que dificilmente conseguirá realizar, o importante é fazer o que está ao alcance e dentro das possibilidades financeiras. Infelizmente, a crise econômica que se abate sobre o País não poupa praticamente ninguém, seja do Poder Público, seja da iniciativa privada.
Aqui no Alto Tietê, a principal exceção é a Prefeitura de Mogi das Cruzes. Embora lá os efeitos dos cortes federais tenham também sido inevitáveis, o governo se preparou de tal maneira que o fez capaz de suportar essa maré baixa e dar continuidade aos investimentos, mesmo aqueles que dependiam dos entes superiores. Claro que o volume e a velocidade para a realização de obras e serviços, por exemplo, podem não ser os mesmos, mas a boa preparação precavida fez com que a administração hoje tivesse condições de enfrentar esse momento difícil sem muitos impactos negativos.
Para aquelas que estão em situação pior, principalmente por falta de ações prévias que garantiriam um respiro agora, a meta é conseguir se sair o melhor possível. Aumentar a arrecadação tem sido o caminho, principalmente com o resgate do máximo possível da dívida ativa, a partir de incentivos que façam os contribuintes inadimplentes voltarem a estar quites com a administração municipal. O Dat mostrou na edição do último domingo, inclusive, que a aposta das prefeituras são justamente os programas de recuperação fiscal com renegociação dos débitos, os chamados Refis.
As cidades não podem jogar a toalha, mesmo que o momento não seja nem um pouco estimulante a um comportamento diferente. Se as autoridades esmorecerem a situação da população só tende a piorar, principalmente aquela que depende dos serviços públicos. Organização, foco, método e competência são os ingredientes para encarar essa avalanche de problemas.