Heroínas sempre pontuaram a carreira de Paolla Oliveira. Ainda que tivesse feito personagens que fugissem desse padrão, como a vilã Verônica, em "Cama de Gato", a atriz construiu uma imagem bastante atrelada às mocinhas que interpretou em novelas como "O Profeta", "Insensato Coração" e "Amor à Vida". Mas, de uns tempos para cá, tem mostrado que pode ir além. Depois de provocar grande repercussão na pele da sensual e dúbia Danny Bond, em "Felizes para Sempre?", Paolla volta ao ar como a ambiciosa Melissa, antagonista de "Além do Tempo". "Acho que tenho sorte. Busco essa variedade na minha carreira. Quando você faz personagens muito próximos, acaba se acomodando. Não é isso que eu quero. Tenho sempre vontade de me renovar", salienta.
Na história escrita por Elizabeth Jhin, Melissa encanta a todos com seu jeito meigo. Mas, na verdade, é uma interesseira que não perde a pose, mesmo não sendo rica como antes. Na intenção de recuperar o status, fica noiva do Conde Felipe, protagonista de Rafael Cardoso. Mas, depois que ele se apaixona pela noviça Lívia, de Alinne Moraes, e termina o relacionamento, a personagem faz de tudo para tê-lo de volta. "Melissa é uma vilã que chega a ser engraçada. Algumas cenas com a mãe e com o irmão são tão divertidas que a gente brinca que eles formam uma quadrilha de trambiqueiros", conta a atriz, referindo-se a Dorotéia e Roberto, personagens de Julia Lemmertz e Rômulo Estrela.
A primeira metade da novela se passa no início do século XIX. Por isso, a caracterização foi um processo importante para Paolla compreender a personagem e a postura de uma jovem da época. Durante as gravações no Sul do Brasil, a atriz e o elenco enfrentaram temperaturas baixas. O que acabou, de certa forma, ajudando na hora de realizar as sequências, que exigiam trajes pesados. Ela precisou pintar o cabelo de preto para o papel. "Eu já tinha ficado morena e gosto. Nessa novela, vou mudar duas vezes e devo voltar com outra cara", avisa.
O segundo visual de Paolla, ainda indefinido, começa a aparecer depois de uma passagem de tempo de 150 anos na trama, quando a história chega aos dias de hoje. Os personagens, no entanto, ainda possuem os mesmos nomes - para não confundir o público -, mas relações diferentes das que foram estabelecidas na vida passada. "Vamos discutir o que eles conquistaram na outra vida, o que veio da vida anterior para essa. Eu acredito em carma. Mas também acredito que o carma possa se resolver e se manifestar nessa vida mesmo", opina. ("Além do Tempo", Globo. De segunda-feira a sábado, às 18h20).