Mogi das Cruzes é o quarto município mais antigo do Estado de São Paulo e está a poucos dias de completar 463 anos. Com mais de 450 mil habitantes, pode ser considerada uma cidade cristã. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último levantamento realizado em 2010, mais de 60% da população se considera Católica Apostólica Romana, e mais de 20% se declara Evangélica.
A Catedral de Santana, originária da antiga Igreja Matriz e localizada na região central da cidade, é um dos principais símbolos de Mogi das Cruzes. Destinada à Padroeira Sant'Anna, foi construída em 1902 no mesmo local onde foi erguida a primeira capela do povoado. Em 1952 foi idealizada uma nova igreja matriz pelo Monsenhor Roque Pinto de Barros, Vigário da Paróquia. A Igreja Matriz de Sant'Anna marca o Centro Histórico da cidade.
Há quase 11 anos como bispo da Diocese de Mogi das Cruzes, Dom Pedro Luiz Stringhini, fala sobre a igreja ser uma referência como ponto turístico, cultural e religioso. “Mogi é uma cidade com preservação histórica, claro que muita coisa se perdeu, mas o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico (Comphap) faz um esforço para a conservação do patrimônio histórico. A igreja foi reconstruída e traz um estilo românico e faz parte do acervo cultural do centro da cidade. Quero destacar o belo trabalho que o padre Dorival Aparecido de Moraes está fazendo há dois anos e meio à frente da Catedral de Sant'Anna, conhecida também como a Igreja Matriz. Ele mantém todo o cuidado com a parte interna e externa da igreja. Há 8 anos a Catedral passou por uma restauração, mas já é necessário fazer novamente”, afirmou.
Sabemos que a religião permite conhecer o local onde as pessoas vivem e seus valores em uma cultura, além de seus valores éticos. Para o bispo, o envolvimento com a religião é parte integrante na vida dos mogianos. “A religião é fator preponderante, ou seja, de grande importância e há um bom relacionamento entre os órgãos municipais e igreja. Existem serviços sociais de apoio à igreja como creches e a Associação Beneficente Onde Moras (Abomoras), que atende pessoas em situação de rua, dependentes químicos há quase 20 anos”.
O bispo diocesano ressalta também a importante e tradicional celebração da Festa do Divino Espírito Santo, realizada todos os anos na cidade. “O Divino é a expressão da igreja católica em Mogi. É a maior e a mais histórica celebração, realizada há mais de 400 anos que promove uma cultura histórica e religiosa muito importante”.
De acordo com Stringhini há muitos trabalhos que a igreja realiza em convênio com a Prefeitura, e também ações próprias como a Comunidade Missionária Nossa Senhora Rosa Mística, que tem a missão de atuar na prevenção, acolhimento, recuperação e reinserção social de dependentes químicos, fundada em 1995. Além da tradição no cuidado com a educação e o meio ambiente. “No campo educacional temos o Instituto Dona Placidina, fundado em 1931, e o Instituto Anna de Moura destinada à proteção social e educação de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e pessoal. O Instituto Pró+Vida, entidade que atende idosos em quatro unidades (Mogi, São Paulo e Caraguatatuba), além de outros projetos de Convivência e de Atendimento Domiciliar e a Pastoral da Ecologia e Meio Ambiente”.
O bispo parabeniza a cidade por tantas conquistas nesses longos anos de existência. “A cidade tem se desenvolvido bastante pela localização privilegiada, clima, natureza, além da qualidade de vida satisfatória que o município proporciona. Em nome da Diocese de Mogi das Cruzes apresento meus cumprimentos à cidade que completa mais um aniversário. Desejo que os moradores possam festejar com esperança essa data e que a cidade continue olhando com atenção para a população e que todos possam de fato viver bem e serem felizes. Que nos esforcemos para que Mogi continue cumprindo esta sua vocação de ser acolhedora, hospitaleira, e de proporcionar, amizade, convivência, fraternidade com todas as suas tradições culturais e religiosas. E que nesse sentido, a presença da igreja quer também ser uma contribuição para tudo o que possa ajudar a cidade a seguir sua missão”, concluiu.
Pastor destaca Mogi como uma cidade acolhedora para a igreja evangélica
O pastor Gilberto de Paula, presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério de Madureira AD Brás, em Mogi das Cruzes há 20 anos, ressaltou a importância da fé em uma cidade que acolhe a igreja há 80 anos. “É uma honra presidir o Ministério Madureira na cidade. O que eu posso dizer como pastor é que Mogi das Cruzes é uma cidade das bênçãos. Parabenizo o município, seus moradores e o prefeito que tem feito um bom trabalho. A cidade é acolhedora e não temos o que reclamar. Vemos o povo crescendo a igreja também está em constante crescimento e isso faz com que nos alegremos em continuar com a obra”, disse.
Para ele, com o passar dos anos, a igreja tem se tornado um ambiente importante para a sociedade. “O dever dado por Deus é a pregação da palavra. A cidade recebe a palavra de Deus em várias denominações, o principal é a palavra e podemos seguir falando do amor de Deus”, afirmou.
O pastor também falou sobre a expansão e a influência do Ministério nos últimos anos, com o auxílio da tecnologia. “A igreja precisa estar atualiza com todos os meios de comunicação. Seja por meio do culto online nas redes sociais ou por qualquer outro meio que envolva a internet. Isso nos dá mais possibilidades para promover ação que alcancem a comunidade”. Ele ainda falou sobre a mudança de comportamento da sociedade que, segundo ele, não tem a ver com a crença. “A fé vem pelo ouvir e ouvir a palavra de Deus. Com a pandemia, crise moral e política, se a pessoa não ficar em Deus ela pode vacilar, mas se ela está aflita e angustiada, ela deve buscar pela palavra de Deus. Em meio às atribulações, a palavra de Deus pode sustentar qualquer pessoa em meio a qualquer situação”, destacou.
Gilberto também falou sobre o papel da igreja evangélica para os jovens: “A juventude é o nosso forte. Temos um trabalho que envolve o louvor e palavra, chamamos de vigília, e os jovens participam desses encontros em sua maioria, além de outras atividades promovidas para que tenham interesse em estar na igreja”.
O pastor enfatizou que a igreja também está empenhada quando o assunto é inclusão. “Estamos preocupados com as pessoas que possuem algum tipo de deficiência. Para isso, criamos o departamento ‘Amar e Acolher’. Estamos adaptando a igreja para dar um bom atendimento com boa estrutura. Além disso, contratamos uma interprete de Libras, tudo pensando na inclusão dos fiéis. É importante que a igreja tenha estrutura e recursos humanos para dar esse suporte. E isso também é importante para a cidade”, finalizou.