Já diz o ditado: m...., quanto mais mexe mais fede. Tal ditado pode ser aplicado ao caso envolvendo o famoso e quase intocável Queiroz.
Fabrício Queiroz começou amizade com a família do presidente nos anos 1980. Foi motorista e assessor do deputado estadual e agora senador Flávio Bolsonaro. Ele movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira "atípica", segundo relatório do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf).
Além dele, sua mulher, Márcia Oliveira de Aguiar e suas filhas Evelyn Mello de Queiroz e Nathalia Mello de Queiroz também trabalharam no gabinete de Flávio. No caso da Nathalia, após ser exonerada em 2016, foi nomeada como secretária do então deputado federal, Jair Bolsonaro.
Queiroz foi intimado duas vezes a prestar esclarecimentos sobre as movimentações financeiras, mas não compareceu. Fez uma cirurgia no Hospital Albert Einstein e depois se retirou de cena.
No dia 19, Queiroz foi preso preventivamente na casa de um advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, em Atibaia. De acordo com o caseiro, ele permaneceu na casa por um ano. Em entrevistas, o advogado negou ter emprestado a casa a Queiroz e disse que desconhecia que ele estava vivendo lá.
O cinismo na resposta gerou incontáveis comentários e memes. Gerou inclusive uma reação sarcástica da repórter Andréia Sadi: "O Queiroz pulou o muro? Apareceu voando na casa do senhor? Ou foi levado por alguém?"
A prisão na casa do advogado da família do presidente aproxima ainda mais a referida família de ilícitos graves cometidos por personagens envolvidos com as milícias.
Uma empresa ligada à ex-mulher de Wassef teria recebido do atual governo, mais de R$ 41 milhões. Esses contratos já existiam antes da posse do atual presidente, mas eles foram prorrogados e receberam aditivos de R$ 165 milhões na atual gestão. Novos contratos foram assinados no valor de R$ 53 milhões.
Acho que existem motivos de sobra que justificam a irritação e preocupação no núcleo central do poder relatados por pessoas próximas. Isso mais parece um barril de pólvora.