Mesmo com a frequente redução nos índices de natalidade dos países ricos, a escalada do crescimento da população mundial é um fenômeno que muito se intensificou a partir da segunda metade do século passado .
A população mundial alcançou a casa do bilhão em 1804. A marca de 2 bilhões foi atingida 123 anos depois, em 1927. Para a população saltar dos 2 para os 6 bilhões só demorou 72 anos. Hoje, o mundo conta com uma população que supera a casa dos 7,8 bilhões. Considerando que essa taxa se mantenha, o mundo alcançará 9,3 bilhões de pessoas já em 2050 e a casa dos 10 bilhões será superada antes do final do século.
Com essa realidade, cabe fazer a seguinte indagação: como garantir qualidade de vida para tanta gente? Se mesmo com todo o grande desenvolvimento tecnológico alcançado nas últimas décadas, não foi o suficiente para erradicar a miséria. Segundo o Banco Mundial (Bird) 1,4 bilhão de pessoas no mundo vivem com pouco mais de um dólar por dia.
Quando refletimos sobre esse desafio, pelo menos três preocupações são merecedoras de uma atenção especial. A escassez de alimentos, a escassez de água e a predominância dos segmentos jovens e idosos na população.
No caso da escassez de alimentos, não é a capacidade de produção o maior problema. O problema está no fato de que metade dos cereais cultivados é destinada à alimentação animal e, de forma crescente, aos biocombustíveis.
Já a água doce é essencial para a humanidade, mas o aumento da população mundial e o consequente aumento das atividades agrícolas e industriais têm interferido na qualidade e quantidade desse recurso, tornando-o mais escasso, principalmente em algumas regiões.
A terceira preocupação é gerada pelo número recorde de jovens nos países pobres e de idosos nos países ricos. Isso traz imensos desafios para os governantes. Os dois segmentos populacionais apresentam demandas específicas e distintas que precisam ser atendidas no âmbito das políticas públicas.
Será que estamos atentos para esses desafios?