O Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat+) contou com representantes na composição de um painel de discussão sobre políticas públicas para população em situação de rua. Eles estiveram no seminário "Ninguém mora na rua: emergência social, dados e intervenções para a população em situação de rua em São Paulo", organizado pelo Instituto Legislativo Paulista (ILP), na tarde de terça-feira (8), na sede da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Por meio de compartilhamento de experiências, integrantes do poder público apresentaram no evento os desafios e possíveis alternativas para promover a inclusão dessas pessoas e o fortalecimento da rede de assistência social. A abertura do seminário contou com a apresentação de um panorama sobre a população de rua no país apresentado pela especialista em Políticas Públicas no Sistema Único de Assistência Social (SUAS), Luciane Dias, que levantou questões relacionadas a invisibilidade deste público, preconceitos e direitos que envolvem a "ocupação" da cidade.

Os representantes do Condemat+ participaram do painel: "O papel dos gestores na construção de políticas para a população em situação de rua". O coordenador da Câmara Técnica de Assistência Social do Condemat+, e secretário da pasta em Guararema, Vanderlon Gomes, afirmou o caráter humano que é necessário ser aplicado ao tratar das pessoas em situação de rua. Ele reforçou que a realidade dos municípios menores é diferente, pois oferece uma relação mais próxima entre os técnicos da assistência e quem precisa de atendimento. Entretanto, disse que o consórcio permite que ele tenha um olhar ampliado sobre este desafio.

"Na minha cidade temos poucas pessoas em situação de rua, mas, como coordenador da Câmara Técnica (do Condemat+) eu não posso pensar somente na minha. Temos Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Guarulhos, que são cidades maiores, e onde há a linha do trem, que é por onde eles mais transitam e migram pelos municípios. Por isso, temos de pensar de forma conjunta", apontou.  

A coordenadora adjunta na CT, e secretária de Assistência Social de Biritiba Mirim, Gabriela de Mello, reforçou a importância das ações integradas entre os municípios jogando luz a outra barreira que recai sobre a falta de recursos financeiros para o desenvolvimento de programas.

"O município abarca com quase 70% do financiamento da assistência. Os programas existem no papel, mas a execução fica a cargo das prefeituras. Temos ações regionalizadas no Condemat+ como a Residência Inclusiva e a Casa Abrigo para Mulheres Vítimas de Violência que funciona com cofinanciamento de forma exitosa", exemplificou.

A secretária de Assistência Social de Mogi das Cruzes, Daniela Salvador Mariano, também apresentou experiências e dados de sua cidade e acendeu um alerta acerca do envelhecimento da população de rua – o que requer políticas públicas diferenciadas para este público – e o adoecimento mental dos trabalhadores que atuam nos equipamentos sociais.  Sobre este último ponto, ela também frisou a necessidade de haver um olhar humanizado sobre esta realidade.

O painel foi mediado pela secretária de Assistência e Desenvolvimento Social de Atibaia, Patrícia de Oliveira Ianda, e da titular da pasta de Piracicaba, Fernanda Varandas.