O presidente do grupo Pedágio Não, Paulo Bocuzzi, concedeu entrevista ao grupo MogiNews/DAT comentando a decisão do governo do Estado em iniciar o processo de privatização do chamado Lote Litoral Paulista, que inclui as rodovias Mogi-Dutra (SP-88) e Mogi-Bertioga (SP-98).
Na visão de Bocuzzi, a ação do governo estadual é adiantar o processo para evitar que seja enquadrado em um novo modelo de cobrança de utilização de rodovias, que está em tramitação no Congresso Nacional em Brasília e que irá abolir o atual modelo de praças de pedágio. O projeto de lei 886/2021, que estabelece que seja aplicado um sistema de identificação automática dos usuários, já foi aprovado no início de maio, e aguarda a sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Ao que tudo indica, a agência reguladora deu uma acelerada no processo licitatório em função desta nova lei federal que está sendo discutida no Congresso, que estabelecerá que o pedágio será cobrado por trecho com o uso de sensores. Então, eles aceleraram os trâmites, chamaram a imprensa e, no fim das contas, colocaram os pés pelas mãos: não souberam informar de maneira adequada e transparente no primeiro momento, onde descobrimos ao longo do dia que haverá praças tanto na Mogi-Dutra quanto na Mogi-Bertioga", afirmou Bocuzzi.
O presidente da organização que luta contra a instalação do pedágio lembrou que as articulações da comunidade contra a praça de cobrança de tráfego já remontam mais de dois anos, com recuos por parte da Artesp diante das articulações da sociedade civil. "Tivemos várias reuniões com a Artesp, com a Secretaria de Transportes e conversamos com o vice-governador. Agora, as coisas deram uma 'descambada' lamentável", concluiu.
Protesto
O grupo marcou para a manhã de hoje um ato simbólico no Monumento ao Bandeirante, conhecido como Homem de Lata, situado na entrada da cidade pela rodovia Mogi-Dutra. Os organizadores pretendem realizar uma breve instalação com balões e faixas falando da decisão do governo, dedicada apenas aos veículos que trafegarão no horário.
O presidente do Pedágio Não afirmou que não houve convocação para este ato, com o objetivo de não realizar aglomerações devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), mas que planeja novos atos no futuro. "Estamos organizando uma carreata, que será a maior que a cidade de Mogi das Cruzes já viu, para mostrar nosso descontentamento", prometeu.