O Governo de São Paulo está implantando um novo padrão de sinalização ferroviária que vai transformar o transporte sobre trilhos da Região Metropolitana. Trata-se do ETCS (European Train Control System), tecnologia internacional que amplia a capacidade da rede, reduz os intervalos entre trens e traz mais segurança à operação. A adoção desse sistema marca uma etapa fundamental para que o Estado avance rumo a um modelo integrado e eficiente, beneficiando milhões de passageiros diariamente. 

O sistema está previsto nos contratos das Linhas 11-Coral, 12-Safira, 13-Jade e do Trem Intercidades, incluindo a Linha 7-Rubi, fiscalizados pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). Para as Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, que fazem parte de concessões anteriores, a migração será gradual, assegurando a integração plena de toda a rede metropolitana no futuro. 

Para a implantação da nova tecnologia, uma série de mudanças ocorreram desde agosto em linhas da CPTM, como a transformação da estação terminal Palmeiras-Barra Funda no “hub” do transporte sobre trilhos na capital, onde os passageiros das Linhas 11-Coral,  7-Rubi e 10-Turquesa passaram a ter a estação como ponto central para suas viagens.

Segundo o secretário estadual de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, as mudanças são necessárias para viabilizar as obras de modernização. “A gente está fazendo a interligação de todas as sinalizações para adequação ao modelo ETCS. As sinalizações de todas as linhas vão se comunicar e isso vai possibilitar que, por exemplo, o trem da linha 8 ande na Linha 7-Rubi, na Linha 10-Turquesa, na Linha 11-Coral. Para viabilizar isso, fizemos as mudanças na estação Barra Funda. O ganho futuro de ter toda a sinalização integrada em todas as linhas vai ser muito grande.”

O novo arranjo entre as Linhas 7-Rubi e 10-Turquesa trouxe ajustes imediatos para os passageiros. A ampliação da Linha 10-Turquesa até a Barra Funda garante integração mais simples e rápida com a Linha 7-Rubi, em plataformas opostas e no mesmo nível, e sem custo adicional para o passageiro. Essa solução facilita o deslocamento e mantém a conexão entre as duas linhas, mesmo com a suspensão do Serviço 710 para a modernização do sistema. 

A padronização tecnológica, segundo a Secretaria de Parcerias em Investimentos, representa um novo patamar de qualidade no transporte ferroviário, alinhado às melhores práticas internacionais e sempre com foco no benefício direto ao passageiro. 

A mudança também contribui para distribuir melhor o fluxo de passageiros no sistema. Estações como Luz e Brás terão alívio com a nova configuração. Passageiros vindos do ABC, do Alto Tietê, do interior e de diferentes regiões da capital terão mais opções para realizar seus trajetos, reduzindo a concentração em pontos com alta demanda.

Rafael Benini explicou que as mudanças terão impacto direto no dia a dia de quem usa o sistema. “A gente vai trazer muito investimento para as linhas. Novos trens, menor tempo entre os trens, mais flexibilidade entre as linhas. Isso vai trazer muito benefício para a população que usa essas linhas diariamente”, afirmou.

Mais avanços

Além das alterações que transformaram a Barra Funda como hub, a CPTM promoveu recentemente melhorias em outras linhas. Na Linha 12-Safira, foi alterada a operação em loop, permitindo a circulação direta entre Brás e Calmon Viana, com intervalo médio de 4,5 minutos nos horários de pico. Na Linha 13-Jade, o intervalo passou a ser de 10 minutos nos horários de pico, ampliando a oferta de lugares. Já no Expresso Linha 10, que conecta Santo André a Tamanduateí, os trens circulam agora a cada 20 minutos nos períodos de maior demanda.