Uma a cada cinco lojas que estavam em funcionamento no comércio varejista de Mogi das Cruzes antes da pandemia do novo coronavírus não reabrirá as portas por problemas financeiros atrelados à paralisação para controle da doença. A estimativa é do Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes e Região (Sincomércio), que projeta o fechamento de 2 a 4 mil empresas no Alto Tietê, logo de imediato.
A entidade obteve os dados por meio de relatos de comerciantes e pela Junta Comercial que registrou o fechamento destas empresas que compõe a estimativa do sindicato.
No levantamento mais recente feito pelo Caged já havia a perspectiva negativa do setor do Comércio e de Serviços para o município e toda região. O setor de Serviços foi o que mais sentiu os impactos do novo coronavírus em Mogi das Cruzes em relação a perda de postos de trabalho formais. Segundo dados do levantamento da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, as empresas instaladas no município fecharam 1.652 postos de trabalho em abril, ao desligar 2.564 empregados e contratar apenas 912, sendo que nos últimos dois anos, o mês de abril apresentou índices regulares no saldo entre contratações e admissões no setor. Em abril de 2019, por exemplo, foram criados 45 postos de trabalhos, quando foram contratados 1.564 profissionais e demitidos 1.609.
A notícia da liberação para a reabertura do comércio varejista foi bem recebida pela entidade, que agora se preocupa em orientar os comerciantes para o cumprimento das determinações do governo do Estado de São Paulo e da Organização Mundial da Saúde (OMS). "Estamos treinando os comerciantes para que possam abrir com segurança suas portas. Tudo tem que ocorrer com a maior segurança possível", afirmou o presidente da entidade, Valterli Martinez.
ACMC
A medida de reabertura do comércio vai ao encontro da mobilização da Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC), que na última segunda-feira entregou ofício ao prefeito Marcus Melo pedindo a liberação do funcionamento das lojas, mesmo que em período reduzido.
O presidente da entidade, Marco Zatsuga, comemorou a retomada e afirma que o comércio está pronto. "Mesmo por um período menor de tempo, a reabertura das lojas traz um alívio para o setor, que está parado desde meados de março. Vai ajudar os comerciantes e os consumidores e ainda vem numa data estratégica e importante. Claro que todos os cuidados precisarão ser adotados, como controle no acesso de clientes, exigência do uso de máscara e do álcool em gel. Os comerciantes já estão atentos a isso e há uma preocupação de todos em atender os protocolos", explicou o presidente Marco Zatsuga. (F.A.)