Fragilidade óssea e fraturas são as principais características da osteoporose, doença que atinge hoje 10 milhões de brasileiros, sendo a maioria mulheres (nove em cada dez doentes) por uma questão hormonal e também pelo tamanho do osso, visto que o do homem é geometricamente maior. A osteoporose não tem cura, mas tem tratamento, realizado por meio de medicação para fortalecimento da estrutura óssea; ingestão de alimentos ricos em cálcio, vitamina D e proteínas; e mudanças de hábito (como prática de exercícios físicos e exposição ao sol).
O brasileiro, em média, ingere 500 mg de cálcio por dia. No entanto, a recomendação para pessoas acima de 50 anos é de 1200 mg diárias. Essa doença pode matar ou causar perda de autonomia. Daí a importância do diagnóstico precoce.
Quem faz o alerta é o reumatologista Charlles Heldan, presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso), entidade sem fins lucrativos que realiza pesquisas científicas e ações preventivas de saúde.
"Quando não tratada, a osteoporose evolui para fraturas, sendo a do quadril a mais temida, pois, em 20% a 30% dos casos, a pessoa morre em até um ano. Esses números são maiores que a mortalidade por câncer de mama", explica o reumatologista.
O médico conta que "um terço dos pacientes que sobrevivem à fratura no quadril se torna dependente de terceiros para se alimentar, se vestir, se locomover". Para evitar, o caminho é o diagnóstico precoce e o tratamento.
O presidente da Abrasso explica que o rastreamento da doença é feito pelo exame de densitometria óssea. Mulheres devem realizá-lo a partir dos 50 anos, período em que se inicia a menopausa. Homens, a partir dos 70. "Se descoberta no início, a osteoporose tem tratamento que reduz em 90% o risco de fratura das vértebras e em 54% nos outros ossos".
No entanto, há o chamado grupo de risco que eleva a propensão à doença - pessoas que fumam, bebem, usam corticoides frequentemente, sofrem de artrite ou têm casos de osteoporose em parentes de primeiro grau. Nessas situações, a densitometria deve ser feita ainda mais cedo.
"A pessoa com osteoporose sofre fraturas em condições em que o osso normal não quebraria. Pode ser uma queda da própria altura ou até o simples abraço de um neto. Isso porque os ossos e sua resistência ficam sensivelmente diminuídos. Agora, se a pessoa descobre antes de ter a fratura, por meio da densitometria, ela pode tratar, fortalecer os ossos e evitar a queda", alerta Charlles Heldan.
"Costumo dizer que a osteoporose é uma doença pediátrica que se manifesta na fase geriátrica. Por isso, é muito importante cuidar do osso desde cedo. A criança que fizer atividade física regularmente e tiver uma dieta rica em cálcio e proteína construirá ossos fortes. Na fase adulta, o melhor remédio é a prevenção, é fazer o exame", finaliza o reumatologista.