A audiência pública realizada na manhã de ontem pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), como forma de consulta às opiniões da população sobre a concessão das rodovias que dão acesso ao litoral paulista, teve seu momento mais polêmico quando foi anunciado, pelo dirigente-geral do departamento, Giovanni Pengue Filho, a instalação de uma praça de pedágio na rodovia Mogi-Dutra (SP-88), após a concessão das rodovias, no ano que vem.
Instalado no quilômetro 45 da rodovia, o posto de cobrança deverá contar com algumas ferramentas instaladas com o intuito de reduzir o impacto financeiro para quem passa com frequência pelo local, como por exemplo uma tarifa diferenciada nos finais de semana, desconto de 5% para optantes pelo sistema de pagamento eletrônico e a implantação de desconto progressivo para usuários frequentes, como adiantado pela reportagem neste ano.
O questionamento do vereador Iduigues Martins (PT), endossado por outros presentes na audiência pública, foi sobre a qualidade da via, que atualmente é boa, e que não necessitaria ser entregue à iniciativa privada. “Como fica a vida destas pessoas que passam várias vezes no mesmo dia pelo local?”, indagou o parlamentar mogiano.
O projeto feito desde 2016 pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) prevê a duplicação da Mogi-Dutra entre os quilômetros 32 e 39, trabalhos realizados atualmente e que serão absorvidos pela empresa ganhadora da concessão, para que ela assuma as obras e as termine.
Valores
A Artesp não revelou os valores a serem praticados na nova praça de pedágio na Mogi-Dutra, apenas confirmando a possibilidade futura de instalação do sistema "ponto a ponto", no qual os usuários pagam apenas pelas extensão efetivamente percorrida, com a tarifa quilométrica 23% menor em relação ao valor cobrado na rodovia dos Tamoios. (F.A.)