A paixão pela escrita e a música fizeram com que Lucas Afonso, de São Paulo, se interessasse pelo Slam Poetry, uma competição de poesia que aos poucos vêm ganhando espaço entre os coletivos culturais do País. O poeta e músico de 23 anos possui forte ligação com o Alto Tietê. O Sarau do Caos, que era realizado em Ferraz de Vasconcelos, foi um dos lugares que ofereceu apoio ao compositor quando ele começou a carreira musical com trabalho autoral.
Hoje, Lucas está na banda "Visões de Severino", composta por três amigos de Ferraz. "No início, eu me apresentava sozinho, no formato voz e violão, mas, ao lançar o EP 'À Margem', a banda se juntou a mim. Todos estarão no meu próximo álbum, que será lançado ainda este ano", diz.
O rapper, que, quando criança, queria ser jogador de futebol, lembra que os pais nunca deixaram faltar livros em casa, mas que foi na escola que o gosto pela escrita se manifestou. "Nas aulas de matérias que não me despertavam tanto interesse, eu ficava escrevendo versos e desejava criar músicas", conta. "Inclusive, a minha primeira apresentação em um palco foi em uma atividade escolar. A minha família e a escola têm relação direta com o meu gosto pela poesia", ressalta.
Já a paixão pela música surgiu desde cedo. "Provavelmente, o meu primeiro contato foi ainda no útero da minha mãe. Ela tocava violão e tenho tios que gostam de se reunir e tocar", recorda. De acordo com Afonso, logo aos sete anos, ele "colocou na cabeça a ideia de que queria tocar banjo". "Mas meus pais puderam me dar um cavaquinho, que era mais barato. Nunca fiz aula de música, aprendi tudo com o pessoal mais velho, que já tocava", completa. 
O artista possui diversas influências. Próximo da família, ele diz que os seus avós, pais, irmãos e amigos são as suas principais referências. "Gosto de buscar forças nas histórias de vida desses que vieram antes de mim". Já no meio artístico, Cartola, Racionais Mc's, Jovelina Pérola Negra, Sabotage e Paulinho da Viola lideram a lista.
EP "À Margem"
Em 2014, Lucas Afonso criou na internet a campanha #rateioamargem, após gravar algumas músicas apenas com um microfone no quarto em sua casa. Com a iniciativa, ele conseguiu arrecadar dinheiro o suficiente para lançar mil unidades do seu EP de estreia, "À Margem", só com músicas autorais. "Minhas composições falam de questões políticas e sociais. A realidade ao nosso redor me inspira", conclui.