O Maranhão e o Nordeste brasileiro como um todo são fortes pontos culturais brasileiros. Suas músicas, lendas, danças, custumes e culinárias são ricas em diversidade, alegria e beleza. No entanto poucas regiões a vivenciam de perto. E é com o intuito de repassar e manter viva essa cultura popular brasileira em Mogi das Cuzes e região que o grupo Jabuticaqui foi criado em 2006. E, em 2016, completa dez anos de trajetória.
Fundado por Neide Maranhão, Paulo Betzler, Juá de Casa Forte, Aline Chiaradia e Meyson, Jabuticaqui é um grupo de estudo e homenagens à cultura maranhense, da qual os integrantes são encantados. "O Jabuticaqui é formado por educadores, artistas e músicos da região que pretendem estudar e vivenciar a cultura popular brasileira. Apesar de o nosso foco ser os elementos da cultura maranhense, celebramos todo o Nordeste brasileiro, que é muito rico", conta Neide Maranhão, uma das fundadoras.
"A gente completa dez anos de resistência, é um ano especial. Sabemos como é dificil manter um grupo grande como o nosso e que representa a cultura popular. Nos dias de hoje, isso está cada vez mais complicado, então, é uma conquista chegar até aqui", comemora Neide. Durante estes anos muitos passaram pelo grupo. que hoje conta com cerca de 30 integrantes. "Comemoraremos essa década o ano todo e queremos a presença daqueles que fizeram parte da história do grupo", diz.
Utilizando da diversidade para abrir mentes e o desenvolvimento humano, o Jabuticaqui traz elementos maranhenses que representam grandes histórias e costumes do Brasil. O Bumba-Meu-Boi, Tambor, Maracatu, dentre outros, ganham vida e se tornam pauta nas reuniões e festas organizadas pelo grupo. "Realizamos quatro encontros aos domingos durante o ano e lá celebramos a cultura popular e contamos histórias e lendas maranhenses. A história do Bumba-Meu-Boi é contada durantes estes domingos. Recebemos amigos artistas para participarem também", explica Neide. O primeiro encontro do ano será realizado em abril.
Além dos encontros, todas as segundas-feiras, das 20 às 22 horas, o grupo realiza apresentações no espaço em que reside, o Galpão Arthur Netto, localizado na rua Fausta Duarte de Araújo, 23. "É aberto à comunidade e gratuito. Sempre temos a visita de grandes artistas, passam um pouco do seu talento e da cultura que têm para oferecer. Nossas apresentações, como é de costume na cultura maranhense, é muito alegre, retrata o cotidiano, a vida brasileira e isso faz com que todos se identiquem", completa a fundadora.
Novas Gerações
Outro destaque são as festas organizadas em sua sede ou em espaços culturais de amigos da região. "No ano passado, fizemos uma festa na Opereta, em Poá. Gostamos de mudar o ambiente para conhecer novos públicos. Nosso ideal é levar a cultura maranhense e do Nordeste para o maior número de pessoas", afirma. Ainda segundo Neide, a festa realizada em Poá teve uma grande participação de crianças, que é um dos desejos do grupo. "As crianças adoram as apresentações. As roupas são coloridas e alegres, as músicas com ritmos fortes, que nos convida o tempo todo para a dança. E os pequenos são o futuro, aqueles que vão manter essa cultura", ressalta ela.
Deixar as novas gerações em contato com a cultura popular é um dos ideais do Jabuticaqui, que deseja abrir oficinas culturais no Galpão. "Queremos organizar oficinas no espaço para as crianças. É muito importante a conquista desse público", declara. E este projeto se estende para fora do ambiente do Jabuticaqui. A proposta do grupo é levar as oficinas em escolas públicas de regiões carentes do Alto Tietê. "Adoraríamos realizar trabalhos nas escolas, dando aulas para as crianças que não têm a oportunidade de conhecer essa cultura. Mas, primeiramente, precisariamos de apoio financeiro para realizar", finaliza a integrante.
Mais informações sobre o trabalho da trupe podem ser encontradas em sua página do Facebook - Jabuticaqui ou no blog https://jabuticaqui.wordpress.com/. (Estagiária sob supervisão do editor)