O Carnaval de Sabaúna, um dos eventos mais tradicionais do Alto Tietê, pode passar por reformulações a partir do próximo ano. Isso porque a Prefeitura de Mogi das Cruzes, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, não se responsabilizará integralmente pela infraestrutura da festividade, que atrai cerca de 15 mil foliões por dia na rua Francisco Rodrigues Matias no período do Carnaval. Esta medida será tomada por conta da crise financeira que assola o País e afetará, inclusive, os desfiles das dez agremiações do município, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro na Avenida Cívica.
O evento, que tem a Sociedade Amigos de Sabaúna (SAS) como a principal realizadora, não contará com palco, sistema de áudio e som, equipes de trânsito e segurança, decoração e banheiros químicos, itens que eram oferecidos pelo Poder Executivo. Entretanto, a administração municipal continuará colocando à disposição transporte e o o posto de saúde do local. "O Carnaval em Sabaúna não deixará de existir. A Prefeitura entrava com a infraestrutura de acordo com os pedidos da Sociedade Amigos de Sabaúna (SAS). Com a crise financeira, a medida é reduzir o tamanho da festividade", comenta o secretário de Cultura Mateus Sartori.
Para o presidente da SAS, Paulo Otávio de Souza Madureira, o Carnaval de Sabaúna tem conquistado um público maior a cada ano, tomando uma dimensão maior a cada edição. No entanto, há a possibilidade de a associação não se envolver com a realização da festividade no próximo ano. "Temos o costume de organizar os preparativos do evento bem antes do Carnaval. Agora, não temos um tempo hábil para isso. Talvez a festividade volte a ter o porte apenas do distrito, tornando a ser o que era antes. Porém, tem umas pessoas se movendo para que ele aconteça", aponta.
Madureira ainda revela que, até então, o secretário de Cultura não conversou com ele sobre o assunto. "Ele não responde aos meus e-mails e não compareceu a uma das reuniões feitas no distrito, que teve como assunto principal o Carnaval de Sabaúna", critica. Entretanto, o responsável pela pasta alega estar disponível para um diálogo. "Atendo todas as ligações e as pessoas que comparecem à secretaria. As minhas portas estão abertas para recebê-lo, com a finalidade de conversarmos sobre o evento", diz.
Problemática
Outro fator que influenciou na decisão da administração municipal foi um abaixo-assinado, que foi entregue ao prefeito Marco Bertaiolli no dia 11 de agosto. O documento, apresentado por um grupo de moradores do distrito, continha mil assinaturas. "Não queremos que parte da população que quer o evento entre em atrito com a que não deseja que ele aconteça. A maior crítica foi sobre segurança pública. Assim como a SAS envia um ofício com as solicitações para a Secretaria de Cultura, ela precisa fazer o mesmo com a Polícia Militar, solicitando aporte em relação à segurança", finaliza Sartori.