Uma profissional do Centro Municipal de Programas Educacionais (CEMPRE) Benedito Ferreira Lopes, na Vila Lavínia, em Mogi das Cruzes, foi vítima de ataque racista por parte de um aluno, que fez pichações em uma das paredes do banheiro com referência a sua cor. O caso foi registrado por meio de um boletim de ocorrência. O estudante de 14 anos já foi identificado e sua mãe optou por transferí-lo para outra unidade de ensino.

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A vítima do ato racista foi a coordenadora pedagógica Gisele Gonzaga de Paula dos Santos. Segundo ela, o caso aconteceu na última sexta-feira (21), quando um agente escolar encontrou a pichação no banheiro masculino e comunicou a Direção.  “É claro que a gente fica chateada, constrangida com a situação, até porque isso nunca aconteceu aqui. No momento em que ficamos sabendo fomos até as salas de aula conversar com os alunos. Até que um grupo nos contou quem foi o autor. O aluno e sua mãe foram chamados, mas somente ela compareceu na escola e disse que iria pedir sua transferência. Desde então o adolescente não veio mais para a escola. Comuniquei a ela que faria o Boletim de Ocorrência, porque me senti desrespeitada como cidadã”, declarou.
 

Em nota, a escola se manifestou nas redes sociais contra o ataque racista. “Toda a equipe do CEMPRE Benedito manifesta veemente repúdio ao ato sofrido pela coordenadora pedagógica Gisele Gonzaga de Paula dos Santos quando na parede de um dos boxes do banheiro masculino dos alunos foi encontrada uma pichação proferindo ofensas a ela, com base em sua cor de pele. Deixamos claro que o crime de injúria racial está previsto no Código Penal Brasileiro e essa unidade escolar, com apoio e suporte da SME (Secretaria Municipal de Educação), não deixará passar impune”.

Por fim, a Direção destacou que seguirá apoiando a profissional “até esclarecimento e resolução dessa situação, nos rigores da lei, para que nenhum outro episódio como esse ou sobre qualquer outro tipo de discriminação aconteça nessa unidade escolar”.
 
O prefeito Caio Cunha (Podemos) também se manifestou destacando o caso como inaceitável. “ Um ato criminosos, intolerável em nossas escolas. O caso será apurado e não passará impune. Determinei que a Coordenadoria da Cidadania e Inclusão e a Secretaria de Educação realizem ações de conscientização sobre equidade e respeito com os alunos. Precisamos avançar com humanidade, jamais retroceder”, ressaltou.
 
 
Conscientização
Para evitar novos casos e conscientizar os estudantes, a Direção do CEMPRE está organizando três palestras para tratar sobre o tema racismo com os alunos durante o mês de abril. “Teremos a presença de um professor da Fundação Casa, de guardas civis do projeto Anjos da Guarda e de um ativista criador do projeto 'Territórios Pretos'. Vamos aproveitar esse momento para trabalhar esse tema com os estudantes, que por conta própria se mobilizaram logo após o ataque e fizeram um movimento contra o racismo na escola, demonstrando o apoio e o carinho deles por mim", finalizou. 


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