Após duas audiências de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) realizada na última segunda-feira (23) e ontem, os trabalhadores da General Motors (GM) de Mogi das Cruzes decidiram não aceitar a proposta da empresa e, com isso, manter a greve que já completa 11 dias. 

Mais de 450 funcionários das plantas de Mogi das Cruzes, São José dos Campos e São Caetano do Sul estão de braços cruzados desde o último dia 23, após a empresa demitir trabalhadores po meio de telegramas e e-mail. A justificativa para as demissões, segundo a GM é a queda nas vendas e nas exportações, que “levaram o grupo a adequar seu quadro de empregados” nas três fábricas. 

De acordo com a ata da audiência de conciliação realizada no dia 23, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes propôs a instituição de um “Programa de Demissão Voluntária (PDV) para os empregados que queiram ser demitidos, independentemente do tempo de casa, mantendo-se os benefícios do PDV de 2018, não se verificando a situação pessoal de ninguém”. Também foi solicitado que os dias de paralisação não sejam descontados.

Já a GM sugeriu “a abertura de PDV, ao qual poderão aderir todos os trabalhadores com contratos ativos, mediante o pagamento de uma indenização equivalente a sete salários e a concessão de três meses de plano médico, além do período do aviso prévio”. Para os dispensados que haviam sido beneficiados com bolsa qualificação (lay off), a compensação indenizatória seria equivalente a quatro meses de seguro-desemprego". Outro ponto sugerido foi uma parceria com o SENAI para programa de recolocação profissional (treinamento).

A proposta não foi aceita pelos trabalhadores. De acordo com o sindicato, a mesma “não observou a ordem natural de encaminhamento, uma vez que apresentou proposta de plano de desligamento, quando o correto seria a anulação das demissões efetuadas para, posteriormente, estabelecer a negociação, a qual poderá incluir o PDV”. A entidade destaca ainda que as demissões devem ser anuladas, porque são arbitrárias.

Diante do impasse, a greve permanece nas três plantas e uma nova negociação deve ser realizadas no dia 9 de novembro.


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