Após se comprometer com a Secretaria de Estado da Saúde em manter o Pronto Socorro Municipal aberto por mais seis meses, a Santa Casa de Misericórdia de Mogi voltou atrás e decidiu suspender o atendimento já na primeira hora da próxima segunda-feira (27). A decisão foi comunicada por meio de ofício encaminhado ontem (23) para a Prefeitura, que foi pega de surpresa e afirmou já ter comunicado a situação para o governo estadual e para o Ministério Público.

Em vídeo postado em seu perfil nas redes sociais, o prefeito Caio Cunha (Podemos) explicou que a Santa Casa pediu um reajuste de 38,46% no repasse mensal feito pela Prefeitura de Mogi para manter as atividades do PS no prazo acordado com a Secretaria de Estado da Saúde. “Mesmo depois do intenso esforço da prefeitura em tentar convencer a direção a renovar o convênio e toda articulação do governo do Estado, fomos comunicados sobre o fechamento do PS a partir da zero hora do dia 27. A Santa Casa pediu mais um aumento de 38,46% para prorrogar o convênio, tendo em vista que em outra nota oficial divulgada anteriormente a direção já tinha afirmado que questão não era financeira”, pontuou.

O chefe do Executivo relembrou o aumento de aproximadamente 125% do valor do repasse mensal para a unidade somente em seu mandato, passando de R$ 980 mil reais para mais de R$ 2,2 milhões. “Hoje o PS é superavitário, ou seja, sempre sobra recurso. Então não dá para entender o que a Santa Casa de fato quer. Todos os esforços foram feitos para que isso não acontecesse. Cada passo que a gente acredita que dá para frente, a Santa Casa volta com dois para trás”.

Política

Ainda no vídeo, Caio Cunha afirmou não querer acreditar que a decisão da Santa Casa em fechar o Pronto Socorro seja uma movimentação política por conta de um ano já praticamente eleitoral e destacou que mais “do que dinheiro público, a prefeitura está falando de vidas, vidas essas que deixarão de ser atendidas no hospital”.

Por fim o prefeito destaca que todas as equipes da Secretaria de Saúde já estão trabalhando para entregar uma melhor solução para que os mogianos não sejam prejudicados. “É preciso responsabilidade, é preciso coragem, é preciso humanidade em uma decisão como essa”, finalizou.

Procurada, a Santa Casa ainda não se manifestou sobre o assunto.