Foi instalada na última terça-feira (19) na Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, a Comissão Especial de Vereadores (CEV) do Hospital Dr. Arnaldo Pezzuti Cavalcanti, situado em Jundiapeba. A intenção da Comissão é apurar as condições de preservação histórica, arquitetônica, moradia e cemitério do local.

 

Sob a gestão do Governo do Estado, a unidade hospitalar recebia pacientes de hanseníase (doença antes denominada como lepra) que eram internados compulsoriamente naquele lugar. Devido à imposição de isolamento, no passado, os portadores da doença eram obrigados a residir no espaço. Por esse motivo, foram construídas moradias para abrigá-los. Hoje em dia, descendentes desses pacientes ainda residem no terreno do Hospital, mas estão sendo obrigados a deixar as unidades habitacionais.

 

“Queremos uma resposta do poder público a essas pessoas, herdeiras de pacientes que, no passado, foram obrigados a ir para lá por causa da doença. Assim, muitos tiveram filhos, netos e bisnetos que até hoje lá residem. Defendemos uma solução mais humana”, disse o vereador Iduigues Martins (PT), presidente da CEV.

 

Além dele, integrarão o colegiado provisório de vereadores os parlamentares Edson Santos (PSD), Francimário Vieira (PL), o Farofa, Marcelo Bras (PSDB) e Carlos Lucarefski (PV). Também nesta quarta-feira, a CEV deliberou que será enviado ofício à direção do Hospital solicitando a nomeação de um funcionário da unidade médica para prestar esclarecimentos.

 

“Estamos levantando também, além da questão da moradia, as condições de preservação arquitetônica do teatro, da igreja e do cemitério, que são históricos. Por mais que o Hospital Doutor Arnaldo não pertença a administração pública municipal, ele faz parte da história de Mogi. O cemitério, por exemplo, está abandonado, um enorme desrespeito às pessoas ali enterradas e seus familiares”, disse Iduigues.

 

O vereador disse ainda que vai procurar ajuda de deputados estaduais. “Vamos procurar apoio na Alesp [Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo], principalmente com os deputados da nossa Região. Nosso objetivo é sensibilizar o Governo do Estado para essa causa”, disse Iduigues. A partir de 1929, o Estado de São Paulo passou a utilizar a área que hoje abriga o Hospital Doutor Arnaldo Pezzuti Cavalcanti para criar o antigo Leprosário do Santo Ângelo.