A Câmara aprovou uma moção de apelo ao Governo do Estado solicitando a mudança de local, de São Paulo para Mogi das Cruzes, da audiência púbica que tratará sobre os futuros pedágios das rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga. O Legislativo, inclusive, ofereceu o plenário da Casa de Leis, que comporta mais de 300 pessoas, para receber o debate, e não poupou críticas ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pelo descumprimento da promessa que fez na campanha eleitoral de não aprovar a cobrança nas estradas da cidade.


A moção, assinada por todos os vereadores, foi apresentada pelo parlamentar José Francimário (PL), o Farofa, que destacou a importância da audiência ser em Mogi e em um local com capacidade para receber a população e os políticos da região. “A Câmara é um espaço democrático capaz de dar vez e voz para a população, por isso nós pedimos que a audiência seja realizada em Mogi e de preferência aqui na Casa. O governador precisa rever esse posicionamento dele e nós vamos cobrar isso de todas as formas”.


O vereador Otto Rezende (PSD) destacou o fato de a audiência ser já no dia 18 de agosto e o Governo do Estado ter disponibilizado somente na última sexta-feira os 32 editais que tratam sobre a concessão e as cobranças, sendo que um dele apresenta mais de 600 páginas. “Nós não teremos nem condições de analisar esse material até lá”.


Ele afirmou ainda que a Câmara precisa alertar o governo estadual sobre a necessidade de reestruturação das cobranças na rodovia Ayrton Senna. “Os pedágios precisam estar nas saídas da estrada. Da forma que está, Mogi pagará a conta de todas as rodovias que cortam o Alto Tietê”, destacou, relembrando as cobranças nas praças de Itaquá e Guararema.


Para Inês Paz (PSOL), é preciso unir forças e manter o foco no movimento de não aceitar o pedágio, independente da forma que ele se apresentar. “Não importa se é no modelo free flow, só muda o nome, porque é pedágio do mesmo jeito, é cobrança, e o governador já demonstrou que não quer negociar”. 


O vereador Iduigues Martins (PT), por sua vez, classificou o discurso estadual como perigo. “Não existe essa conversa que vai ter isenção da taxa para os moradores. Uma vez que é instalado o sistema, a cobrança vai existir de alguma forma”. O petista ressaltou ainda que serão dois pedágios em um trecho de apenas 10 quilômetros. “É uma coisa insana, típica de alguém que não conhece o Estado, não conhece sua base. Um carioca que caiu aqui em São Paulo”, enfatizou. 


Caravana
O parlamentar ainda apresentou uma indicação ao prefeito Caio Cunha (Podemos) sugerindo a organização de uma caravana para São Paulo, caso a audiência não seja transferida para Mogi. “Vamos organizar uma ação conjunta e levar dois, três ou até mais ônibus com a população de Mogi para mostrar a nossa força”.



Peralta
Ainda na sessão, Iduigues compartilhou uma decisão da Vara da Fazenda Pública de Mogi que estipulou uma multa de R$ 20 mil para a empresa Peralta, responsável pela limpeza pública na cidade, cada vez que a mesma impedir ações de fiscalização da Câmara. A punição se deu após o Legislativo entrar com uma ação para garantir seu direito de fiscalizar a organização, que recebe recurso público municipal. No início do ano, alguns vereadores foram impedidos de entrar na empresa para verificar uma denúncia de irregularidade no serviço prestado.