A indicação de autoria do vereador Otto Rezende (PSD), aprovada anteontem pelo Legislativo mogiano, que pede para que a Escola Estadual Pedro Malozze, no bairro Alto do Ipiranga, tenha gestão da prefeitura para receber o modelo cívico-militar proposto pelo governo federal, agradou os alunos da instituição. No início da tarde de ontem, a reportagem conversou com alguns estudantes e moradores das proximidades da Pedro Malozze sobre o assunto.
As alunas do 1º ano do Ensino Médio, Luane Cristine Hipólito e Jaqueline de Jesus, acreditam que, se o modelo cívico-militar for implantado, a escola deverá ficar mais organizada. "Se acontecer, teremos mais organização, menos bagunça e tudo será mais organizado, principalmente em relação ao respeito com os professores e funcionários da escola", disse Luane. Já a amiga, Jaqueline, afirmou que seria importante a participação dos militares dentro da escola.
Para a estudante Larissa de Oliveira, de 15 anos, a sensação de ter militares participando da vida ativa da instituição não trará nenhum sentimento de repressão, apesar de acreditar que os alunos terão menos liberdade. "Acho uma boa ideia porque aqui parece uma biqueira, muita gente vendendo drogas. Além disso, os professores serão mais respeitados", disse. 
Os moradores também são favoráveis à implantação do ensino cívico-militar na Pedro Malozze. A aposentada Maria Monteiro Lopes, 81, que reside em frente à escola há 40 anos, revelou que já viu muitas brigas de alunos durante a saída das aulas e acredita que o modelo de ensino seria uma solução para a segurança. "Estamos nessa onda de aluno bater em professor, fazendo terrorismo na escola e até matando. Por isso, penso que o modelo traria benefícios", afirmou.
Em contraponto, a professora Márcia de Souza, 53, que leciona na Pedro Malozze, não compactua com a proposta. Para ela, o problema atual é a inversão de valores, já que, segundo ela, a educação familiar também é determinante. "Não acho que essa atitude radical vai melhorar a educação no país porque os alunos, quando saem da escola, voltam para suas casas, que é o local que ajuda a formar o cidadão", justificou.