As unidades da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) do Alto Tietê estão com déficit de vagas. Só em Mogi das Cruzes e Ferraz de Vasconcelos, ao todo, são 350 crianças e adultos com deficiência intelectual que estão sem acompanhamento social, educacional e de saúde.
De acordo com a diretora da Apae mogiana, Ana Paula de Siqueira Nogaroto Kanaan, a entidade tem cerca de cem pessoas na fila de espera por atendimento. "Há diferentes situações. Existem pessoas que aguardam de um a dois anos para conseguirem atendimento, outras alguns meses. Isso acontece principalmente devido ao surgimento de vaga para uma determinada idade. Por exemplo, muitas vezes temos vagas para alunos de 4 anos, mas não para os de 8, então eles têm que aguardar", explica.
Atualmente, a associação atende 590 pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla e transtorno do espectro do autismo associado à deficiência intelectual.
Ana Paula comentou que a crise econômica que desestabilizou o País também passou a afetar a instituição. "Temos sentido a crise financeira. O nosso número de associados e doações caíram muito e está muito difícil de conseguir novos", ressalta. A Apae de Mogi fica na rua Carmem Moura Santos, 134, no Jardim Betânia.
Já em Ferraz, são 250 pessoas que aguardam por uma vaga. De acordo com a coordenadora da Apae do município, Vanessa Felício, e com o assistente social Maurício Filho, em média, essas pessoas, assim como na unidade mogiana, também esperam de um a dois anos para conseguirem uma vaga, principalmente devido ao quadro reduzido de funcionários.
Vanessa ainda lembra que esse déficit acontece pelo fato de a Apae ser a única instituição na cidade a realizar este serviço especializado ao público com deficiência intelectual. "Atualmente, atendemos 142 pessoas, entre alunos e pacientes que são encaminhados para cá. Oferecemos serviços de fisioterapia, fonoaudiologia, odontologia, psicologia e assistência social. No que se refere à educação, atendemos alunos de 6 a 29 anos e 11 meses na educação inicial, socioeducativo e educação para o trabalho, e após os 30 anos realizamos atendimentos na área de apoio profissionalizante e terapêutico", explica. Para atender mais pessoas, a Apae está terminando uma área voltada para atendimentos clínicos, como hidroterapia, fonoaudiologia e psicologia.
Lá também foram sentidos os efeitos da crise na economia. Por causa disso também foram afetados os setores relacionados à adesão de novas parcerias nos projetos e eventos realizados, além da redução de doações ofertadas pela comunidade ferrazense e também na contribuição dos associados que compõem a Apae de Ferraz. A instituição fica na rua Margarida, 232, na Vila Santa Margarida.
*Estagiária sob supervisão do editor.