A sobrecarga nas unidades de saúde do Alto Tietê será discutida com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) durante a visita programada para segunda-feira, em Mogi das Cruzes. De acordo com o presidente do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat), o prefeito Marco Bertaiolli (PSD), as cidades estão recebendo pacientes de outras cidades, especialmente da capital paulista. O mogiano afirmou que o principal problema enfrentado é a transferência de serviços sem o devido repasse financeiro.
Na reunião do Condemat ontem em Arujá, Bertaiolli disse que a crise está impactando cada vez mais nos municípios, principalmente pela queda no repasse de verbas e o aumento da procura por serviços básicos, como saúde e educação. "A saúde passa hoje por dificuldades em várias cidades. O principal problema é a falta de saúde pública na cidade de São Paulo, pois todos os bairros que fazem fronteira com o Alto Tietê, como Guaianases e Itaquera, onde a prefeitura acaba se omitindo, está sobrecarregando o atendimento em nossas cidades", destacou.
O presidente afirmou que o problema da superlotação nas unidades será apresentada para o governador e que o Condemat pedirá auxilio para solucionar a questão. O prefeito de Poá, Marcos Borges (PPS), afirmou que a demanda no Hospital Doutor Guido Guida é crescente e que medicamentos previstos para durar um mês acabam em 20 dias, o que compromete o atendimento. Bertaiolli destacou que na rede de Saúde de Mogi cerca de 30% dos pacientes não deveriam estar nas unidades, pois a maioria possui plano de saúde ou é de outro município.
De acordo com o prefeito mogiano, a queda na arrecadação e aumento da demanda nos serviços públicos tem estrangulado os orçamentos das cidades do Alto Tietê. "A principal dificuldade que estamos vivendo é transferência de responsabilidade dos governos federal e estadual para os municípios sem a devida contrapartida financeira. As Prefeituras estão se inviabilizando diante deste acúmulo de novos serviços sem o repasse necessário", acrescentou.
O prefeito de Arujá, Abel Larini (PR), afirmou que os repasses para a cidade tem caído nos últimos meses. "Todos os municípios do país estão passando e passarão por uma situação muito difícil enquanto não acabar este clima no Brasil. A receita tem caído mês a mês. Estou no fim do meu governo, está muito complicado equilibra todas as finanças", ressaltou.
Bertaiolli avaliou que atualmente faltam recursos para projetos e novos investimentos; "Não tem dinheiro para fazer absolutamente nada. Não sabemos em Mogi como vamos fechar as contas deste ano, a mesma coisa o governo estadual. O governo federal faliu", disse.