Há pouco escrevi aqui sobre humildade, o oposto que se identificara num discurso do ex-presidente Lula, quando se autoproclamou o mais honesto dos homens.
Hoje comprovamos que sua soberba continua sendo evidenciada e sem qualquer preocupação com o que possa transparecer, significar ou implicar.
A impressão que dá é a de que Lula é adepto do mais alto orgulho de si próprio, no entanto, sempre cita sua origem humilde e muitas vezes refere às suas atitudes, bem como às de sua esposa como que se não conseguissem se livrar de uma suposta simplicidade de vida.
Agora com todo esse barulho que se fez em torno de sua condução coercitiva para depor, logo após o ato, novamente, vociferou num tom cheio de empáfia e ameaçador, desta vez, sem se autoproclamar o ápice da honestidade, mas declarando-se, repetidamente, o melhor presidente que o Brasil já teve, o mais dedicado, o mais trabalhador, o mais reconhecido, dentro e fora do País.
Talvez meu pensamento pareça obsoleto por conta dos ditames pós-modernistas, mas me soa indelicado, por demais pretencioso e arrogante, alguém se elogiar tanto. É possível que muitos não fiquem indignados ou enojados com tanta altivez, mas fico me perguntando: como pode alguém liderar e continuar liderando sem um mínimo de humildade?
É fato que Lula foi um fenômeno, digno de estudos e até de admiração, pois só os incautos poderiam imaginar que as chances de alguém com a sua história chegar à presidência de uma república de nossas dimensões seria algo comum ou plenamente possível a qualquer momento.
É compreensível que ele se torne herói dos desvalidos e que a grande popularidade da qual já desfrutou lhe desperte certo orgulho, mas daí a se considerar o melhor em tantos aspectos, sempre dos mais relevantes, é, certamente, passar do ponto.
O poder inebria, mas cabe a um estadista verdadeiro, adotar um comportamento comedido, nobre, revestido de boa dose de modéstia, pois isto permite o reconhecimento dos erros, defeitos e limitações próprios, essenciais para levantar, mesmo depois da mais dura queda.