Comerciantes que trabalham na praça Chico Nogueira, antigo Largo 1º de Setembro, em Mogi das Cruzes, estão inseguros com o aumento no número de moradores de rua que ficam no local. Isso porque, segundo os vendedores, a presença de mendigos deixam o lugar sujo, com mau cheiro e causam receio na população que frequenta o espaço, atrapalhando as vendas.
Ainda segundo os comerciantes, os consumidores, muitas vezes, se sentem intimidados durante as compras, assim como os demais pedestres, que acabam evitando passar pelo local.
De acordo com a proprietária de um comércio localizado na praça, Elaine Gomes de Souza, o número de ambulantes no local vem aumentando nos últimos meses. "Existe uma moradora de rua de, aparentemente, 57 anos, que está debilitada, não consegue se locomover e precisa de cuidados especiais. Não queremos apenas que ela e outros moradores sejam retirados, mas, sim, que recebam atendimento médico", relata Elaine, ao comentar que a ambulante, em diversas ocasiões, acaba ficando nua e fazendo as necessidades fisiológicas no chão da praça.
Muito incomodados com o cheiro ruim e preocupados com a sujeira e moscas em volta da mulher, Elaine e outros comerciantes e pedestres dizem que os agentes sociais da prefeitura e até o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) já foram até o local para retirar a cidadã, que se recusa a sair. "Os funcionários alegam que não podem retirar a ambulante à força", explica, indignado, Magno Rodrigues, comerciante há 20 anos de uma barraca de lanches no local.
Para o torneiro mecânico, Emerson de Moraes, que frequenta o lugar e mora próximo à praça, a mulher possui família, que tem conhecimento da situação. "A filha dela já veio buscá-la, mas ela também se recusa a acompanhar a filha."
Além do aumento de andarilhos, a praça passou a ser ponto de venda de drogas. "O lugar está abandonado. Durante a noite, é possível encontrar vendedores e usuários de droga", relata Weber José França, residente de um imóvel localizado próximo à praça.
À reportagem, a Secretaria Municipal de Assistência Social explicou que é realizado um trabalho permanente de atenção às pessoas em situação de rua. Conforme a pasta, esta ação é feita "todos os dias, inclusive nos fins de semana e feriados, em diversos pontos da cidade, como no Largo 1º de Setembro". 
Os agentes sociais detalham que fazem a abordagem por meio da busca ativa, nos locais de concentração de pessoas em situação de rua, e oferecem acolhimento, sempre respeitando o direito de escolha, buscando alternativas e trabalhando, insistentemente, na perspectiva da superação dessa condição. 
Para ajudar estes cidadãos, a pasta explica que o município disponibiliza atendimento especializado no Centro Pop e conta com uma grade de atividades socioculturais e socioeducativas, acompanhamento psicossocial e oferta de alimentação, banho e higienização pessoal, entre outros.
Mogi conta ainda, segundo a secretaria, com quatro serviços de acolhimento ofertados às pessoas em situação de rua, sendo 150 vagas nas modalidades de Casa de Passagem e Acolhimento Institucional, destinadas a homens, mulheres e famílias.
* Texto sob supervisão do editor.