Um protesto para cobrar providências para as famílias que vivem em áreas de risco e sofreram prejuízos com as chuvas que caíram em Suzano no dia 9 de janeiro reuniu mais de cem pessoas na tarde de ontem. Os manifestantes se concentraram na Praça dos Expedicionários e seguiram pela rua Baruel com palavras de ordem e cartazes até a prefeitura. O ato também contou com a presença da Polícia Militar para manter a ordem no trânsito.
O protesto teve apoio da Organização Não Governamental (ONG) Lupa Suzano e, entre as reivindicações, os moradores de área de risco pediam auxílio financeiro às vítimas das enchentes, indenização aos que tiveram perdas materiais e isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). O ato contou com participação de moradores dos bairros mais afetados, entre eles o Jardim Fernandes, Jardim Monte Cristo, Vila Amorim, Parque Samambaia, Parque Maria Helena, Jardim Belém e Miguel Badra.
A costureira Silvana da Silva Lima, de 33 anos, conta que perdeu tudo que tinha em casa quando a água invadiu o imóvel. "Perdi tudo. Tive um prejuízo de R$ 5 mil. Todos os móveis e alimentos foram perdidos", lamentou a moradora do Jardim Fernandes. "Espero que, com esse protesto, tenhamos melhorias e que o prefeito dê mais atenção ao bairro".
A dona de casa Fabiana Jesus de Carvalho, 28, também cobra providências da administração municipal. "Atrás da minha casa passa o rio Jaguari e ninguém o limpa, por isso que sofremos com as cheias. Aquele lugar precisa ser canalizado", afirmou.
No Miguel Badra, pelo menos cinco ruas foram atingidas pela enchente do dia 9, de acordo com o professor Luciano Gomes, 42. "Essa chuva causou vários danos. As pessoas perderam móveis e tiveram vários prejuízos", lembrou. "O problema vem de um córrego, próximo à estrada Mário Covas, que passa pelo bairro e não recebem limpeza", criticou.
Para a recepcionista Andréia Pacheco, 42, que mora na Vila Amorim, essa foi uma das piores cheias que o bairro sofreu. "O rio Una transbordou e invadiu as casas. Foi um desespero. No dia seguinte só se via móveis para fora das casas", relatou. "Mas isso acontece porque falta limpeza. O povo perde tudo, até a saúde, porque a água é muito suja".
O vice-presidente da Lupa, Dario Reisinger Ferreira, também é advogado das famílias que vivem no Jardim Fernandes e ele afirma que esse foi o bairro mais prejudicado, por conta dos riscos de desabamento. "Mais de 20 famílias estão vivendo em áreas de risco, com casas prestes a desmoronar. O medo, agora, é uma próxima enchente".