O crescente número de casos de microcefalia associada a ocorrência do zika vírus deixou a população em alerta. No Alto Tietê, a situação não é diferente. Grávidas em diferentes períodos de gestação têm recorrido ao uso de repelentes para tentar se proteger das picadas do Aedes aegypti, mosquito transmissor dessa e de outras doenças como a dengue e a febre chikungunya.
Além da autoproteção, a principal preocupação têm sido buscar informações sobre a doença e, principalmente, as consequências que ela pode trazer ao bebê.
A analista de cargos e salários Ana Beatriz de Oliveira Sonada, de 22 anos, está no quinto mês de gestação e conta que desde que os casos de microcefalia passaram a ser noticiados mudou os hábitos. "Este surto me deixou muito preocupada e ainda mais atenta a tudo. Não saio de casa sem meu repelente na bolsa. Também já colocamos tela protetora nas janelas, para evitar a entrada de qualquer tipo de mosquito. Além disso, quando vou a lugares que podem ter água parada, o cuidado é redobrado e procuro usar calça e sapatos fechados", disse.
A mesma atenção vem sendo mantida pela auxiliar de logística Marcela dos Santos Souza, 27, que está grávida de quatro meses. "Antes de saber desta doença, a preocupação sempre foi com a dengue. Então os cuidados que eu tinha eram básicos, como não deixar água parada. Agora, além de fazer isso, tenho procurado me proteger, usando repelente e evitando ao máximo deixar o corpo exposto. Essa falta de informação sobre o que o zika vírus pode causar é o que mais me assusta", comentou.
Tais cuidados para garantir que o mosquito Aedes aegypti fique longe também continuam sendo indispensáveis para a estudante Gabriela dos Santos, 20, que está prestes a ser mãe. "A microcefalia começou a ser falada recentemente. Como estou no nono mês de gestação, minha filha já está formada, então fiquei mais tranquila. Mas, como cada especialista diz uma coisa, é claro que bate um certo medo, pois não há pouco sendo esclarecido sobre a doença. Acredito que por conta dessa falta de conhecimento, a prevenção acaba não sendo feita como deveria. Aqui em casa eu continuo me atentando para não deixar água parada", contou.