Diante da escalada da violência e do déficit no efetivo das polícias Civil e Militar na região, os cidadãos estão se unindo para reverter isso com o uso da tecnologia em favor da comunidade. O objetivo, dizem os entrevistados, é tentar "driblar" a deficiência na área de segurança pública e se prevenir contra roubos ou furtos, alertando com antecedência policiais conhecidos nos bairros sobre pessoas ou situações suspeitas, para que, se necessário, haja uma resposta mais ágil no atendimento aos casos.
A iniciativa tem sido empregada entre comerciantes e policiais militares do 17º Batalhão da Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) com sucesso no Jardim Margarida - localidade mogiana perto da divisa com Guararema, com várias reclamações de moradores sobre a ocorrência de crimes. O cabo Folchini e o soldado Leandro - que constantemente patrulham a área da divisa -, criaram em agosto deste ano, com a anuência e monitoramento do capitão Fábio Schultze (comandante da 2ª Companhia do 17º BPM), um grupo no aplicativo Whatsapp com o intuito de se aproximarem da população local e otimizarem o tempo, dando pronta-resposta às informações repassadas. A ideia tem dado certo, pois os policiais já contabilizaram a adesão de 32 pessoas no grupo (em sua maioria PMs que trabalham na região, no setor de inteligência da corporação, representantes e comerciantes da comunidade) e o atendimento a pelo menos quatro casos em que houve prisões em flagrante e localização de veículos que eram produtos de furto ou roubo. O caso mais recente que contou com a colaboração dos participantes do grupo ocorreu no dia 23 de setembro, quando dois homens foram presos com um carro roubado no Jardim Margarida. O soldado Leandro, que atua na região, informou que desde quando foram iniciados os trabalhos com a população local, tanto no Margarida, quanto no Piatã e Novo Horizonte, aproximadamente 18 acusados de crimes diversos foram detidos.
Para o major Anderson Caldeira, subcomandante do 17º Batalhão, a Polícia Militar "busca sempre inovar, no sentido de estreitar parcerias com a comunidade, a fim de melhorar os níveis de segurança dos cidadãos". "Nesse sentido, o nosso batalhão, através de seus policiais, tem buscado implementar a melhoria na comunicação entre o povo e a polícia e a ferramenta Whatsapp está sendo utilizada com êxito em Guararema e no Jardim Margarida, bairro afastado do centro de Mogi das Cruzes. Então, com essa tecnologia a serviço da cidadania, a proximidade que deve haver entre a população e os policiais é mais rápida e objetiva", complementou.
De acordo com o major Caldeira, há planos de se expandir essa experiência para outras regiões do Alto Tietê policiadas pelo 17º Batalhão.
O oficial convidou ainda as pessoas a participarem das reuniões dos Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs) de seus municípios, onde esse e outros assuntos de interesse direto da população poderão ser debatidos junto à polícia.