Os bancários de Mogi das Cruzes irão entrar em greve hoje por tempo indeterminado. A expectativa, segundo os sindicatos da categoria, é que pelo menos 66 das 104 unidades existentes no Alto Tietê irão aderir à paralisação neste primeiro dia.
A decisão de suspender o atendimento foi tomada na última sexta-feira, como forma de rejeição à proposta da Federação Nacional dos Bancos (Febraban), que ofereceu reajuste salarial e de benefícios de 5,5%, além de pagamento de um abono no valor de R$ 2,5 mil não incorporados ao salário.
A categoria reivindica um reajuste de 16%, contando com a inflação do período e aumento real de 5,7%, melhorias nas condições de trabalho e maior participação nos lucros dos bancos.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Mogi e Região, Francisco Candido, a expectativa é que dos cinco municípios que compõe a base sindical, sendo eles Mogi, Suzano, Biritiba Mirim, Poá e Salesópolis, apenas as unidades de Mogi paralisem o atendimento hoje. "As cinco cidades juntas contam com 72 agências bancárias. Estamos prevendo que neste primeiro momento apenas Mogi, que conta com 36, faça a adesão à paralisação", disse.
Já o diretor do Sindicato dos Bancários de Guarulhos e Região, que abrange Itaquaquecetuba, Arujá e Ferraz de Vasconcelos, Carlos Gonçalves Martins, prevê que 70% das agências de sua base sindical suspendam o atendimento. "Juntos, os três municípios somam 42 agências. Assim como das outras vezes, a paralisação ocorrerá de forma gradativa começando por Arujá e Itaquaquecetuba, o que correspondem a 30 unidades", explicou.
Martins destacou que a crise econômica vivenciada "não pode servir de desculpas".
"É importante destacarmos que independentemente da crise, os bancos continuaram lucrando. Somente no primeiro semestre foram mais de R$ 34 bilhões", ressaltou.
Candido, por sua vez, frisou que as reivindicações da categoria também visam o benefício da população.
"Tentamos de todos os jeitos negociar para que não houvesse a greve. Mas, infelizmente, esta é a única alternativa para que consigamos melhores condições de trabalho e um melhor atendimento ao público", afirmou.
Em nota, a Febraban informou que tem com as lideranças sindicais uma prática de negociação pautada pelo diálogo e reiterou que "continua aberta a negociações".