A precariedade do sistema de saúde brasileiro está aí, evidente. Se alguém tem dúvida, basta ir a um hospital público, ficar algum tempo ali e observar. Se conversar com algum médico que atende no local, então, terá detalhes que retratam a falta de equipamentos, estrutura (espaço suficiente para atender à demanda), medicamentos, etc.. Vale salientar que há hospitais públicos de boa qualidade e estrutura, bem equipados e que ficam, muitas vezes, com seu atendimento comprometido, especificamente por causa da demanda. Temos, ainda, esse imbróglio que são os planos de saúde, agora com um abalo representativo, em função do colapso da Unimed Paulistana. É fato que a ANS tem regulado esse setor e em todos os anos já tem aplicado as chamadas alienações compulsórias (transferência de associados de uma operadora para outra, quando a primeira fica inabilitada pelos critérios da ANS), mas, em regra, a situação fica mais evidente quando alguma empresa de porte e com alto número de associados, como é o caso da Unimed Paulistana, sucumbe. De qualquer forma, vemos a dificuldade de atender bem, tanto no setor público, quanto no privado e algo precisa ser feito para melhorar isto, com urgência. Já fui a hospitais algumas vezes e é incrível a preferência do usuário por dias e horários úteis; parece-me que a cultura brasileira, mais uma vez, leva o empregado a dar um jeitinho e "ficar doente" na hora do trabalho, ter um ameaço de doença ou nem ficar doente, mas correr atrás de um atestado para abonar sua falta. Isto é péssimo para o sistema de saúde, para o empregador, para o empregado e para o país, em última instância. Há, também, alguns médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde que não estão preocupados com nada a não ser cumprir seu o tempo de plantão; daí oferecem um atendimento ruim, muitas vezes equivocado, dispendioso e sem resultados adequados. Quanto à administração, pouco é preciso escrever, pois os escândalos ligados a essa área têm sido divulgados constantemente pela mídia. É difícil, mas é preciso que o governo, a administração das instituições de saúde, os profissionais da área e muitos pacientes mudem de conduta, se quisermos ter um sistema minimamente adequado.