A estimativa populacional divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dividiu a opinião dos prefeitos de municípios do Alto Tietê. Alguns acreditam que os números divulgados nas estatísticas são precipitados, pois afirmam que suas cidades têm mais residentes do que o divulgado pela pesquisa, o que pode comprometer os repasses aos cofres públicos.
Na última sexta-feira, o IBGE divulgou estudo em que aponta aumento de 8,8% no crescimento populacional em dez anos. Hoje, a região abriga 1.576.262 pessoas.
O prefeito de Suzano, Paulo Tokuzumi (PSB), se mostrou contrário ao estudo do instituto. Em uma década, a cidade teve um aumento de 4,7% no número de moradores, totalizando 285,2 mil habitantes. "Os dados divulgados pelo IBGE não demonstram a realidade, uma vez que Suzano estima aproximadamente uma população de 340 mil habitantes, de acordo com levantamento efetuado com base na rede municipal de ensino", rebateu o tucano. "A situação é abordada dessa maneira tendo em vista a vinda nos últimos anos de muitos conjuntos habitacionais, além de loteamentos e ocupações", argumentou.
Para Acir Filló (PSDB), prefeito de Ferraz de Vasconcelos, o município está sofrendo a "explosão demográfica", mas ressaltou que o crescimento é algo natural. "A nossa expectativa com o aumento da população ferrazense em 7,8%, é que a cidade possa vir a receber das esferas estadual e federal mais investimentos", disse. "Com o crescimento da população, aumentam-se também as demandas por saúde, educação, transporte, moradia, segurança, entre outros pontos cruciais ao desenvolvimento da cidade".
O prefeito de Santa Isabel, o padre Gabriel Bina (PV), ressaltou a grande área verde, a água e o Rodoanel como principais atrativos para novos moradores. No entanto, ele ainda alertou para os desafios desse crescimento. "Estamos sentindo esse crescimento na cidade e os números do IBGE correspondem com a verdade", contou. "Essa também é uma fase muito delicada, pois com o crescimento o maior desafio é a regularização fundiária e controlar o parcelamento de solo", explicou. O município isabelense foi o que registrou o terceiro maior aumento da população (15,99%) no Alto Tietê e passou de 47,3 mil para 54,9 mil habitantes em uma década.
A reportagem do MN também entrou em contato com as assessorias de imprensa dos demais prefeitos da região, mas até o fechamento desta edição, não obteve retorno.