Nesta semana o dólar atingiu o recorde, ultrapassando a marca histórica dos R$ 4, registrada pela última vez em outubro de 2002. O aumento disparado da moeda norte-americana vai frear os gastos dos brasileiros no exterior, segundo estimativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio). Mas não vai afetar apenas quem vai viajar ou comprar importados. Irá gerar impactos que afetarão desde o empresariado até a dona de casa.
Segundo o Banco Central  as despesas dos brasileiros no exterior caíram 46,2% em agosto, índice superior ao do mês anterior.
E o mercado do turismo é um dos primeiros a ser impactado, alerta o economista Waldir Pereira Gomes. Mas ele adverte que a mesa dos brasileiros também vai sofrer. "A classe média entende que vai ficar mais caro viajar. Tanto o preço passagens quando a compra de dólares que precisarem para gastar lá fora", ponta. 
"O segundo impacto vai atingir as empresas", explicou, destacando que a indústria de transformação, por exemplo, tem muitas matérias-primas que são importadas, o que vai gerar o encarecimento dos produtos na hora de repassar para o consumidor. Quem tem dívidas em dólar também será impactado. "O terceiro setor que poderá sofrer prejuízos com essa valorização do dólar são as donas de casa, segundo alerta do economista, pois o Brasil é importador de trigo. Hoje, 60% do trigo usado no País vem de fora. "E isso vai atingir a mesa do brasileiro, já que o pão e outros derivados do trigo, como o macarrão e massas em geral poderão encarecer, além de outros produtos que são importados", avaliou Gomes.