A Prefeitura de Poá deve transferir a administração do Hospital Municipal Guido Guida para uma Organização de Saúde (OS) até novembro. Com a medida, a prefeitura pretende economizar quase R$ 1 milhão por mês, concentrar os esforços e os recursos na atenção básica e ainda conseguir a abertura do Centro de Apoio Psicossocial (Caps II), na Vila Açoreana.
Durante reunião realizada ontem com o Conselho Municipal de Saúde, o secretário Marco Antonio Grandini Izzo apresentou um balanço dos gastos mensais para manutenção do hospital, para justificar a decisão da prefeitura em contratar a OS. "Hoje o custo anual do hospital é R$ 43,1 milhões, o que representa R$ 54% do Orçamento total destinado à saúde. É muito alto. O teto máximo que estamos trabalhando para pagar a OS é de R$ 2,7 milhões por mês ", explicou.
O chefe da pasta ressaltou ainda que é preciso profissionalizar o hospital e cortar alguns acordos existentes hoje entre os funcionários. "O Guido Guida não tem um diretor, não tem comando. Hoje cada um faz o que quer, em especial médicos e essa situação acontece há anos. Queremos mudar a forma de gestão e isso será feito com diálogo, mas, se não der certo, teremos que adotar outras medidas".
Izzo explicou também que o compromisso da organização contratada será, no primeiro ano de atuação, manter os atendimentos que já são feitos. "Eles terão o compromisso de manter a estrutura atual com mais qualidade e resolutividade. No segundo ano, a empresa terá que ampliar os serviços do hospital e ativar os que estão paralisados, além de assumir os serviços de imagens como raio-X e ultrasson e exames como mamografia em duas UBSs da cidade. O pacote também inclui gerenciar o Caps II ", explicou o secretário.
O prédio foi concluído há mais de um ano, mas ainda não foi aberto para a população.
Ele afirmou ainda ser defensor da administração direta dos serviços de saúde, mas destacou que somente com a terceirização será possível fazer o gerenciamento adequado da rede básica. "Queremos melhorar a porta de entrada da rede municipal de saúde, que são as UBSs".
Por fata de quórum, o Conselho Municipal de Saúde não pode votar favorável ou contra a contratação da OS. Uma nova reunião deverá ser marcada em breve.
O secretário explicou que o edital para a abertura da licitação tem mais de 100 páginas e está sendo finalizado. "Estamos fazendo um documento bastante técnico, claro e totalmente legal para evitar questionamento. A meta é publicar em dez dias e ter a OS contratada até novembro. O prefeito quer o Caps funcionando ainda neste ano, inclusive", disse.