O projeto de lei que proíbe a venda de seringas para menores de 18 anos foi aprovado na Câmara Municipal após muita confusão. A votação da proposta de autoria de Jean Lopes (PCdoB) já havia sido adiada na última sessão antes do recesso a pedido de Rubens Benedito Fernandes (Pros), o Bibo. Ontem, ele apresentou um relatório contrário à medida. No entanto, apenas quatro vereadores votaram contra a proposta.
A justificativa apresentada pelo comunista é evitar que menores utilizem as seringas para usar drogas. Fernandes argumentou que a proibição não vai combater o uso de entorpecentes injetáveis, mas vai propiciar o aumento de doenças contagiosas como a Aids.
"Ao invés de proibir, a Câmara tem que fazer um trabalho de prevenção. Essa casa tem uma grande responsabilidade, pois estamos fazendo um projeto para a cidade, se amanhã ou depois uma pessoa precisar, ela não vai conseguir comprar", avaliou.
Fernandes justificou que a seringa tem outros usos que vão além de injetar drogas. Ele argumentou que um jovem pode ter diabetes e usar a seringa para ministrar insulina ou comprar para os pais. Depois de apresentar o relatório, ele pediu que o texto fosse analisado pelos colegas.
O projeto recebeu três emendas que foram aprovadas. Na ocasião, Bibo solicitou destaque para que o relatório fosse analisado antes da votação, no entanto, o presidente da Câmara, Antonio Lino (PSD), afirmou que "o pedido tinha que ser feito anteriormente". Neste momento, o "clima esquentou" e Bibo afirmou que Lino agiu com "maldade", "falta de respeito" e que o "projeto já havia sido decidido na sala da presidência". Silva rebateu dizendo que faltava "memória" a Bibo.
Sessão suspensa
Nos minutos seguintes, as acusações continuaram até que a sessão foi suspensa por seis minutos. Na volta, os vereadores contrários ao projeto, Protássio Ribeiro Nogueira (PSD), Carlos Evaristo (PSD), Iduigues Ferreira Martins (PT) e Bibo apresentaram os argumentos, mas tudo em vão.