A pequena Gleice Barros Pinheiro é uma criança de 11 anos que não pode brincar no quintal de casa como qualquer outra menina da mesma idade. Assim, ela passa a maior parte do dia deitada, já que não pode andar e depende de uma cadeira de rodas para se locomover. Além disso, ela também não enxergar.
Acontece que a cadeira não está adaptada às medidas de Gleice, o que já ocasionou alguns machucados no braço. A criança também está sujeita a medicamentos para toda a vida, já que sofre de encefalopatia e tetraparesia espástica, síndrome adquirida após o nascimento devido a uma paralisia cerebral. A família precisa de ajuda, pois os pais estão desempregados e a garota aguarda, há mais de dois anos, por uma cirurgia para recuperar alguns movimentos e conseguir enxergar a vida pela primeira vez.
Para trazer condições de acessibilidade a Gleice, a família abriu mão da casa própria no Jardim Gardênia, em Suzano, pois o imóvel não oferecia as adequações necessárias, e a mãe, Noêmia Ferreira de Barros, de 51 anos, tinha dificuldade para levá-la até o portão.
Hoje, todos moram em uma casa de aluguel, onde o quintal é plano e facilita a locomoção com a cadeira. O problema é que o pai da menina, Enoque Alves Pinheiro, 49, está desempregado.
Para garantir o sustento da família, Noêmia vende alguns artesanatos de crochê feitos por ela mesma. Enoque está trabalhando como vendedor ambulante e nem todos os dias consegue levar dinheiro para casa.
Os custos para manter Gleice são altos. Ela consome cerca de 120 fraldas por mês, uma média de quatro por dia, o que gera um custo de mais de R$ 300 por mês só para manter sua higiene, já que também é necessário o uso de lenços umedecidos.
Além das dificuldades financeiras, Gleice está impossibilitada de realizar o tratamento de fisioterapia, pois as juntas das pernas atrofiaram e a maior parte do dia ela passa na cama. "Já tentei conseguir a cirurgia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mas estou aguardando um retorno desde 2013. Ela reclama de dor nas pernas. O problema é que agora os braços dela também estão atrofiando", contou a mãe.
"A gente também espera a cirurgia nas córneas para que ela consiga enxergar", disse Noêmia, afirmando que ela já passou por oftalmologias do sistema de saúde municipal. Gleice também precisa de uma cadeira anatômica adaptada que custa R$ 8 mil, valor fora do orçamento da família. A cadeira que ela tem hoje não é adequada ao tamanho dela, o que já resultou em machucados nos braços. A família também precisa de uma banheira grande.
Gleice sempre frequentou a escola regular até o ano passado, quando terminou o 4º ano do ensino fundamental, período em que havia cuidadores e transporte escolar à disposição. Neste ano, ela foi matriculada na Escola Estadual Manuel dos Santos Paiva, na Vila Maluf, mas não frequentou as aulas nenhum dia, já que o Estado ainda não tinha disponibilizado a cuidadora para acompanhá-la.
Quem quiser conhecer mais a história de Gleice e ajudá-la, pode entrar em contato com os pais dela pelo telefone (11) 96803-3067.