Parlamentares de Mogi das Cruzes estão confiantes para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece cotas para mulheres nas eleições à deputado federal, estadual e vereador. O texto, aprovado em primeiro turno com 65 votos a favor e sete contrários, ainda precisa passar por uma segunda votação no Senado antes de ser encaminhado para a Câmara dos Deputados.
A PEC prevê um percentual mínimo de representação para cada gênero nas três legislaturas subsequentes à sua promulgação. Na primeira legislatura, a cota para mulheres é de pelo menos 10% das cadeiras, na segunda 12% e na terceira 16%. As regras são válidas para a Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas, Câmara Legislativa do Distrito Federal e câmaras municipais.
Para a vereadora Odete Sousa (PR) o fato de ter sido aprovada em primeiro turno com certa vantagem nos votos, traz mais otimismo em relação à promulgação da PEC. "Eu vejo a proposta com bons olhos, pois ela abre mais possibilidades para que a mulher siga a vida pública. Hoje, as mulheres até ocupam as cadeiras, mas por uma questão de cultura ela acaba sendo impedida de ocupar um lugar de destaque. A exemplo disso temos a Câmara de Mogi, que existe há bastante tempo, mas nunca foi presidida por uma vereadora", comentou.
A vereadora Ana Karina Pirillo (PCdoB), por sua vez, destacou que a aprovação da PEC será motivo de muitas comemorações. "Eu espero que ela seja aprovada e isso me deixará muito feliz, ainda mais em razão desse mundo machista em que vivemos. O homem sempre dominou, mas hoje a situação está mudando. A mulher está mais independente e já tem grande ocupação no mercado de trabalho. Acredito que presença feminina na política é muito importe, pois a mulher possui uma visão diferente da dos homens", disse.
Já o presidente da Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, vereador Antônio Lino (PSD), destacou que a aprovação da cota para mulheres no poder legislativo é apenas o primeiro passo, uma vez que os partidos também precisam incentivar a presença feminina no cenário político. "Eles dão mais estrutura para o lado masculino. Falta aos partidos olharem mais para as mulheres e dar mais condições àquelas que disputam as eleições".