A União Europeia estenderá sua suspensão de contramedidas às tarifas norte-americanas até o início de agosto, pois busca uma solução negociada para o comércio com os Estados Unidos, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, neste domingo (13). O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou sua guerra comercial global no sábado (12) e ameaçou impor uma tarifa de 30% sobre as importações da União Europeia a partir de 1º de agosto, além das tarifas específicas do setor, apesar de meses de intensas negociações. Ao anunciar a extensão da suspensão das medidas retaliatórias, von der Leyen disse aos repórteres que o bloco "continuará a preparar outras contramedidas para que estejamos totalmente preparados". Um primeiro pacote de contramedidas às tarifas dos EUA sobre aço e alumínio, que atingiria 21 bilhões de euros (US$ 24,6 bilhões) em produtos norte-americanos, foi suspenso em abril por 90 dias para dar tempo às negociações. A suspensão deveria ter expirado na segunda-feira (14). Um segundo pacote está sendo trabalhado desde maio e teria como alvo 72 bilhões de euros em produtos norte-americanos, mas essas medidas ainda não foram divulgadas e a lista final requer a aprovação dos estados-membros. Von der Leyen acrescentou que o uso do Instrumento Anti-Coerção da UE ainda não foi cogitado. "O instrumento [anti-coerção] foi criado para situações extraordinárias, ainda não chegamos lá", disse. O instrumento permite que o bloco retalie contra países terceiros que exerçam pressão econômica sobre os membros da UE para que mudem suas políticas. As possíveis medidas de retaliação poderiam incluir a restrição do acesso ao mercado da UE para bens e serviços e outras medidas econômicas relacionadas a áreas como investimento estrangeiro direto, mercados financeiros e controles de exportação. É proibida a reprodução deste conteúdo. Relacionadas Trump intensifica guerra comercial com tarifas de 30% para UE e México EUA impõem tarifa de 35% a produtos do Canadá a partir de 1º de agosto Lula: governo vai recorrer à OMC contra tarifas dos Estados Unidos