O presidente russo, Vladimir Putin, enviou uma equipe de segundo escalão de assessores e vice-ministros para realizar conversações de paz com a Ucrânia na Turquia nesta quinta-feira (15), rejeitando o desafio de Kiev de ir pessoalmente ao local para se encontrar com o presidente Volodymyr Zelenskiy. O não comparecimento de Putin deixou as perspectivas para as negociações – que seriam as primeiras desde o início da guerra – confusas.  A Rússia disse que as conversações ocorreriam em Istambul na segunda metade do dia, mas a Turquia afirmou que ainda não havia nenhuma reunião agendada. Ao chegar à capital turca Ancara, Zelenskiy descreveu a delegação russa – sem Putin, seu ministro das Relações Exteriores e seu principal assessor de política externa – como "decorativa".  Enquanto isso, em Moscou, o ministro das relações exteriores russo Serguei Lavrov descreveu o presidente ucraniano como "patético" por ter exigido a presença de seu homólogo Putin nas negociações que ocorrem em Istambul. "Zelenskiy disse que exigia que Putin fosse pessoalmente [a Istambul]. Bem, que pessoa patética", comentou Lavrov em um discurso a diplomatas na capital russa, transmitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros. Próximos passos Zelenskiy disse que a Ucrânia decidirá seu próximo passo nas negociações com a Rússia depois de se encontrar com o presidente turco, Tayyip Erdogan. "Precisamos entender qual é o nível da delegação russa, qual é o seu mandato e se eles podem tomar alguma decisão", declarou ele. Perguntado sobre qual seria sua mensagem para Putin, Zelenskiy disse aos repórteres no aeroporto: "Estou aqui. Acho que essa é uma mensagem clara". A Rússia afirmou que sua equipe estava em Istambul e pronta para um trabalho sério, e acusou a Ucrânia de "tentar fazer um show" em torno das negociações. Contexto Ambos os lados estão lutando há meses sobre a logística de cessar-fogo e negociações de paz, enquanto tentam mostrar ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que estão levando a sério a tentativa de acabar com o que ele chama de "essa guerra estúpida". Centenas de milhares de pessoas foram mortas e feridas em ambos os lados no conflito mais letal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Washington tem ameaçado repetidamente abandonar seus esforços de mediação, a menos que haja um progresso claro. Relacionadas Ucrânia diz que Rússia viola seu próprio cessar-fogo de três dias Lula estimula Putin a se reunir com Zelensky pela paz