“O samba enredo é condição primordial para o desfile das escolas de samba. Quem fornece combustível para a bateria é o samba.” Os compositores dos sambas “melhoram os enredos” do desfile de carnaval das escolas de samba. As opiniões são do sociólogo Edson Farias, professor e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), autor dos livros “O Desfile e a Cidade: o carnaval-espetáculo carioca” e “Ócio e Negócio: festas populares e entretenimento-turismo no Brasil”, entre outras publicações sobre memória social e cultura brasileira. “Quem fornece combustível para a bateria é o samba”, afirma o professor e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Foto – Arquivo Pessoal Edson Farias O acadêmico e intelectual é o entrevistado do programa Roda de Samba deste domingo (4), ao meio-dia, na Rádio Nacional. O programa destaca a importância de nomes como Martinho da Vila (Vila Isabel) e Zuzuca (Salgueiro) para as transformações que o samba-enredo ou samba de enredo na virada dos anos 1960 para a década seguinte. Novos temas Em sua avaliação, “os esquemas de pensar o samba-enredo vão se alterando nos anos 70”, quando emergem novas formas de compor o samba de carnaval para enredos com conteúdo diferente da temática nacionalista existente desde a era de Getúlio Vargas. Conforme Edson Farias, a adesão ao nacionalismo não foi mera imposição do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) no Estado Novo, mas uma atitude “negociada” pelos sambistas a partir dos anos 1940. A partir dos anos de 1970 as escolas de samba passam a diversificar os temas de seus sambas. Foto- Tomaz Silva/Agência Brasil Trinta anos depois, os sambistas também foram protagonistas das transformações do desfile em espetáculo, que passa a ser televisionado. “A escola de samba e a televisão se encontraram em um momento crucial para ambas”, anota o pesquisador. Segundo ele, “a exuberância [das alegorias e da evolução dos passistas] atendia a televisão”, e as transmissões pela TV ajudaram o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro a se afirmarem como “principal produto turístico” da capital fluminense. O Roda de Samba é veiculado aos domingos em rede nas oito emissoras da Rádio Nacional e posteriormente é distribuído na Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP). O programa é produzido em parceria pela Agência Brasil e pela Rádio Nacional, e traz semanalmente entrevista com cantores, compositores, escritores, cineastas e intelectuais sobre o universo e o imaginário do samba. Serviço Programa Roda de Samba Quando: Todo domingo ao meio-dia Onde: Na Rádio Nacional da Amazônia (OC), de Brasília (AM e FM), Recife (FM), Rio de Janeiro (FM), São Luís (FM), São Paulo (FM) e do Alto Solimões (FM). Visite a página do programa: https://radios.ebc.com.br/roda-de-samba Relacionadas Unidos da Tijuca homenageia orixá filho de Oxum e Oxóssi Enredo da Portela impulsiona vendas do livro Um Defeito de Cor Memórias familiares de Beth Carvalho estão no programa Roda de Samba