No Parque Indígena do Xingu, a aldeia Ulupuwene testemunhou um momento de significado histórico: a inauguração da réplica em tamanho real da gruta de Kamukuwaká, um local sagrado para o povo Wauja e outras etnias do Alto Xingu. A réplica, criada através de um esforço colaborativo entre indígenas, pesquisadores e organizações internacionais, surgiu como uma esperança, buscando resgatar a memória e a história da gruta original, que foi alvo de um ataque devastador em 2018.


A história de Kamukuwaká não se limita às páginas de livros e artigos. Ela ganha vida em documentários e podcasts que contam essa história, da cultura Wauja e a importância da gruta para o povo. Produções como Gruta de Kamukuwaká em 3D no Xingu e Ancestralidade e tecnologia no Alto Xingu do canal Colabora e Uma história original - Podcast Rádio Novelo Apresenta, ambos disponíveis no YouTube, oferecem um olhar íntimo sobre os rituais, as tradições e a luta dos Wauja pela preservação de seu patrimônio. 


E para que você possa apreciar cada detalhe dessa e de outras histórias, a TV TCL C655 oferece uma qualidade de imagem excepcional. Nesses documentários e no podcast, é possível ver a beleza da gruta original, a emoção dos Wauja por causa da réplica e a força de sua conexão com a terra e com seus ancestrais.


O cineasta Wauja Piratá Waurá tem documentado essa experiência, e o professor e cineasta planeja compartilhar essa tecnologia com os outros 15 povos indígenas do Xingu no futuro. Além desses, o livro As histórias de Kamukuwaká e Yakuwixeku e o documentário Wauja Onapã / Canto Wauja foram lançados, e podem ser encontrados no site do Instituto Homem Brasileiro. Esses registros audiovisuais são um testemunho da riqueza da cultura Wauja e da importância de preservar a memória de Kamukuwaká para as futuras gerações.



Kamukuwaká - O coração da história Wauja


A gruta de Kamukuwaká não é somente rochas, é um portal para o passado ancestral do povo Wauja. Suas paredes, adornadas com gravuras rupestres milenares, contam a história de seus antepassados, e essa história conecta as gerações. A história de Kamukuwaká é um mito de origem, de identidade Wauja. Ela narra o surgimento do ritual de furação de orelha, um rito de passagem para os jovens que aspiram à liderança na comunidade. O local tem grande importância para outros povos, que compartilham da mesma tradição, mostrando a importância do local para toda a região. A gruta, situada nas cabeceiras do rio Batovi, no Mato Grosso, é um local de peregrinação e aprendizado para os Wauja.



A cicatriz e a reconstrução


Em 2018, a gruta foi brutalmente vandalizada e deixou toda a comunidade Wauja extremamente apreensiva. A destruição parcial das gravuras rupestres mostrou a fragilidade da memória e da cultura. Diante da devastação, a ideia de criar uma réplica da gruta surgiu como um ato de resistência, uma forma de desafiar o apagamento da história. A tecnologia de ponta, aliada aos saberes ancestrais, tornou-se a ferramenta para essa reconstrução. A Factum Foundation, que já tinha experiência na recriação de obras de arte e monumentos históricos, assumiu o desafio de fazer a réplica, utilizando técnicas de escaneamento 3D.



Uma cadeia de colaboração


O projeto de criação da réplica foi uma verdadeira sinfonia de colaboração, reunindo diversos atores em torno de um objetivo comum. O povo Wauja, guardião da memória ancestral, compartilhou seus conhecimentos e memórias sobre a gruta, guiando o processo de reconstrução. A Factum Foundation, com tecnologia 3D, capturou a essência da gruta e deu forma à réplica. A People’s Palace Projects, que já tinha contato com as comunidades do Xingu, fez a articulação entre a Factum e o povo Wauja. O Instituto Socioambiental (ISA), defensor dos direitos dos povos indígenas, apoiou o projeto.


O IPHAN, responsável pela proteção do patrimônio cultural brasileiro, tombou a gruta em 2010. Colaboraram também os pesquisadores Gabriele Viega Garcia, do Instituto Homem Brasileiro, e Christopher Ball, da Universidade de Notre Dame. A participação ativa dos anciãos Wauja foi muito importante para a reconstrução das gravuras, que foram recriadas com base em suas memórias e tradições orais.



Opopalapitse - um espelho da memória


A réplica da gruta, batizada de "Opopalapitse" na língua Wauja, transcende a mera cópia, erguendo-se como um espelho da memória, um portal para o passado que se abre para o futuro. Ela não busca substituir a gruta original, mas sim complementar sua história, permitindo que as novas gerações se conectem com o legado de seus ancestrais. A palavra "Opopalapitse" carrega em si a essência da réplica, representando a imagem refletida na água, a fotografia, a reprodução que preserva a memória. A réplica, construída em resina e pó de pedra, reproduz fielmente as cores e texturas da gruta original, proporcionando uma experiência imersiva aos visitantes.



A luta pela terra e pela cultura


A história da gruta de Kamukuwaká serve para lembrar da luta contínua dos povos indígenas pela demarcação de terras e pela proteção de territórios sagrados. A batalha recente contra a construção da BR 242, que ameaçava o território, mostra a importância da consulta prévia aos povos indígenas sobre projetos que impactam suas vidas. Após negociações, o DNIT, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, alterou o traçado da rodovia, afastando 14 quilômetros do local sagrado. A luta pela proteção da gruta também envolve a questão da propriedade da terra, já que o local onde ela se encontra é uma fazenda particular.



O futuro da memória


O IPHAN, sabendo da importância da gruta original, está elaborando um plano de gestão para garantir sua proteção e o acesso das comunidades indígenas. A réplica da gruta, por sua vez, assume o papel de embaixadora da cultura Wauja, levando sua história e seus valores para o mundo. Com a réplica, os mais jovens têm acesso a sua história, e a experiência de aprender sobre ela, no mesmo estilo que seus ancestrais. 


A mesma serve de ferramenta para que os anciãos possam passar seus conhecimentos para as novas gerações. A inauguração da réplica, no ano passado, foi celebrada com rituais, demonstrando a importância do evento para a comunidade Wauja.

 

A réplica da gruta de Kamukuwaká tem 8 metros de largura e 4 metros de altura. Ela pesa 1 tonelada e foi feita de resina e pó de pedra para parecer com a gruta original, está instalada em um centro cultural na aldeia Ulupuwene, aberta para visitação, proporcionando a oportunidade de conhecer a história e a cultura do povo Wauja. A experiência de observar a réplica, segundo os Wauja, evoca a memória dos ancestrais e fortalece os laços com a tradição. 


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