A Defesa Civil do Estado alertou que, apesar da previsão de duas frentes frias e da queda nas temperaturas, o mês de agosto terá aumento do risco de queimadas no território paulista devido ao tempo seco. Cidades do Alto Tietê estão reforçando a fiscalização, o monitoramento e as ações de conscientização para evitar incêndios, especialmente em áreas urbanas e de vegetação.
O coordenador da Defesa Civil de Itaquaquecetuba, Anderson Marchiori, explica que as baixas temperaturas não reduzem o risco de queimadas. “O frio dá uma falsa sensação de umidade e as pessoas acham que o fogo não vai se espalhar, mas é o contrário, pois deixa a vegetação mais vulnerável”, alerta.
Marchiori destaca que grande parte das queimadas na região tem origem em ações humanas: “O cidadão vai limpar o terreno com fogo e, com a ventania, as fagulhas se espalham e geram novos focos. As pessoas continuam fazendo esses incêndios para tentar economizar, mas geram risco ambiental e também a possibilidade de serem multadas.”
Com aumento das chuvas neste ano, o coordenador avalia que houve menos queimadas do que no anterior. Segundo a Prefeitura de Itaquá, a cidade registrou uma redução de 80% nas ocorrências entre janeiro e junho deste ano, com dez atendimentos contra 50 no mesmo período de 2024. “Estamos na expectativa de que a situação se mantenha tranquila, mas seguimos trabalhando para conscientizar a população, porque o grande número de queimadas na cidade está ligado ao comportamento das pessoas", citou o coordenador.
Marchiori reforça que o monitoramento é constante, com o apoio da Guarda Ambiental e da Secretaria de Meio Ambiente. Ele orienta a população a denunciar atitudes suspeitas: “Se alguém vir alguém tacando fogo em terreno, pode fazer a denúncia pelo 153, da GCM Ambiental, ou pelo 199, da Defesa Civil.”
Suzano
A Prefeitura de Suzano, por meio da Defesa Civil, informou que também tem intensificado as ações de prevenção e conscientização sobre queimadas. Em parceria com a Defesa Civil estadual, foram realizadas capacitações para agentes, além de vistorias diárias em áreas de risco e uma ação de orientação à população no Parque Max Feffer.
O órgão também atua por meio do Núcleo de Proteção e Defesa Civil (Nupdec), que forma moradores para identificar, prevenir e agir em situações de emergência, incluindo incêndios. “A Defesa Civil acompanha de forma permanente os alertas do Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil Estadual. Até o momento, não houve indicação de risco alto para o município, mas as equipes seguem em prontidão para garantir a segurança da população”, destacou a Prefeitura em nota.
Mogi
A Defesa Civil de Mogi das Cruzes também afirmou que orienta os moradores para que, em hipótese alguma, coloquem fogo em lixo ou vegetação para limpeza de terrenos, e para que cuidem do descarte de materiais que possam iniciar incêndios, como cigarros acesos, por exemplo.
O descarte de vidros em locais com vegetação seca também deve ser evitado, de acordo com o órgão, uma vez que, com o reflexo do sol pode iniciar um foco de incêndio. A Prefeitura disse que mantém estruturas para o descarte adequado de resíduos, com a coleta de lixo domiciliar, coleta seletiva e Ecopontos, entre outras ações.
A Secretaria Municipal de Segurança também fiscaliza a realização de queimadas com o Departamento de Fiscalização de Posturas e ainda conta com a Patrulha Ambiental, da Guarda Civil Municipal. A multa para flagrantes varia de R$ 10,00 por metro quadrado para áreas de mata e de preservação ambiental a R$ 1,00 por metro quadrado (valor mínimo de R$ 300,00) para demais áreas. A população pode fazer denúncias pelo telefone 153, do Centro de Operações Integradas (COI).
Ferraz
Já a Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos informou em nota que neste ano foram notificados dois casos de focos de incêndio em mato de pequena complexidade. “A Defesa Civil de Ferraz conta com uma viatura apropriada para o atendimento a pequenos incidentes com fogo e são periodicamente realizados treinamentos com os agentes”, destacou a Prefeitura.
Queda nas queimadas
O número de queimadas em áreas de vegetação registradas pelo 17º Grupamento de Bombeiros, responsável pelo atendimento na região do Alto Tietê, caiu 69,3% no primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 114 atendimentos entre janeiro e junho deste ano, contra 372 no mesmo intervalo de 2024, segundo dados extraídos do sistema SIOPM/SDO.
No caso das cidades de Biritiba Mirim e Salesópolis, porém, foram divulgadas apenas as informações referentes ao ano passado. Biritiba teve 9 registros e Salesópolis, 5.
Entre os municípios com dados disponíveis para os dois anos, o cenário foi de queda geral. Em Guararema, os registros passaram de 50 no primeiro semestre de 2024 para 10 em 2025, uma redução de 80%. Em Suzano, foram 72 ocorrências no ano passado e 17 neste ano, o que representa queda de 76,4%.
Já Mogi teve 138 registros em 2024 e 44 em 2025, com recuo de 68,1%. Em Itaquá, o número caiu de 48 para 26, uma diminuição de 45,8%. Ferraz passou de 30 para 12 ocorrências, redução de 60%, enquanto Poá registrou queda de 75%, com os atendimentos caindo de 20 para 5.