A empresa de serviços financeiros suíça UBS está trabalhando com um ombudsman independente para esclarecer contas ligadas ao nazismo do banco falido Credit Suisse. A apuração começou depois que o jornal Wall Street Journal informou que algumas contas do banco, comprado pela UBS em 2023, não haviam sido divulgadas em investigações anteriores. O jornal citou uma carta de dezembro de 2024 do ombudsman ao Senado dos Estados Unidos que dizia que sua investigação havia descoberto um cache de arquivos de clientes marcados como "lista de proibições norte-americana", uma designação para aqueles que negociam com entidades afiliadas aos nazistas, e revelou sinais de encobrimento durante revisões anteriores. O UBS disse que estava trabalhando com o ombudsman independente Neil Barofsky, um ex-promotor dos EUA que já havia sido contratado pelo Credit Suisse para analisar a questão, para liderar uma revisão destinada a abordar o legado de contas ligadas aos nazistas mantidas em bancos predecessores do Credit Suisse. "O UBS está empenhado em contribuir para uma avaliação completa das contas herdadas ligadas aos nazistas", disse o banco em um comunicado. "Desde que adquirimos o Credit Suisse, tornamos uma prioridade garantir que a revisão seja completa e abrangente." Barofsky disse ao Senado que sua equipe de investigadores espera divulgar um relatório final no início de 2026, acrescentou a reportagem do jornal. O Credit Suisse encomendou sua investigação após alegações feitas em 2020 pelo Simon Wiesenthal Center, uma organização judaica de direitos humanos que ensina as lições do Holocausto, de que o banco mantinha contas potencialmente ligadas aos nazistas e não as divulgou. Na próxima segunda-feira (27), o mundo vai lembrar o 80º aniversário da libertação de Auschwitz pelas tropas soviéticas. O Dia Internacional da Memória do Holocausto foi criado pela Assembleia-Geral das Nações Unidas para homenagear a memória dos 6 milhões de judeus mortos no Holocausto e de milhões de outras vítimas do nazismo.