Estar no elenco de "Velho Chico" provoca uma sensação de recomeço em Camila Pitanga. Quando era garota, ainda estudante do Tablado - renomado curso de interpretação no Rio de Janeiro - foi apresentada a Luiz Fernando Carvalho pelo pai, o também ator Antonio Pitanga. Na ocasião, Antonio fazia testes para alguma novela que seria dirigida por Luiz Fernando. E surgiu uma oportunidade para Camila interpretar uma cena, mas, naquele momento, ela não se sentia preparada.
De lá pára cá, Camila se tornou uma telespectadora assídua dos trabalhos do diretor. Por isso, quando surgiu o convite para interpretar a protagonista Maria Tereza, na segunda fase da trama, aceitou prontamente. 
Na televisão desde 1993, quando viveu a Vilma, de "Sex Appeal", Camila cresceu assistindo às sagas românticas das novelas. E se empolga com o resgate do folhetim clássico proposto por "Velho Chico". "Estou com esse entusiasmo quase juvenil de falar desse lugar que retoma algo tradicional, mas, ao mesmo tempo, não se furta de pensar a contemporaneidade", avalia.
O jeito doce e simpático de Camila Pitanga parece reverberar na forma como ela lida com as críticas. Em seu último trabalho, "Babilônia", sua personagem, a mocinha Regina, não foi muito bem recebida pelo público. O que pôde ser conferido, principalmente, através das redes sociais, em que "pipocavam" comentários ácidos sobre a protagonista. Mas a atriz não se deixou abalar.
Assumir o posto de mocinha de uma novela não é tarefa fácil. Além da responsabilidade de estar à frente de uma história, em muitos casos, esse tipo de personagem acaba sendo considerada "chata" por seu próprio perfil psicológico. Mas Camila prefere não pensar nisso quando é escalada para interpretar uma protagonista. "Eu penso no meu fazer. Claro, as redes sociais podem ser, sim, um termômetro. Mas em que medida vou levar isso como meu único norte? Eu tenho de lidar com a minha intuição, com a troca do trabalho que estou fazendo", pondera. 
Nova função
De certa forma, "Velho Chico" marca o reencontro de Camila Pitanga com Rodrigo Santoro. Isso porque os dois interpretaram um par romântico na última novela que o ator fez, "Mulheres Apaixonadas", há 13 anos. Na atual trama das 21 horas, Santoro viveu Afrânio, na primeira fase, pai de Maria Tereza, papel de Camila, agora vivido por Antonio Fagundes. "É lindo o reencontro. Venho acompanhando a trajetória dele em todos os sentidos, como profissional e como ser humano", diz. ("Velho Chico", Globo. De segunda-feira a sábado, às 21h20).