Escrever novela é um trabalho, no mínimo, desgastante. Para tornar o processo um pouco menos árduo, é preciso, antes de qualquer coisa, muita disciplina. E alguns rituais ou hábitos costumam ajudar. À frente do texto de "Êta Mundo Bom", próxima novela das seis da Globo, Walcyr Carrasco tem o hábito de sempre fumar um charuto quando termina de escrever um capítulo de cada trama.
Quando o folhetim é escrito a quatro mãos, como no caso de "Totalmente Demais", o jeito de trabalhar dos autores precisa combinar. Por isso, Paulo Halm e Rosane Svartman, que assinam a atual trama das sete, criaram um espaço físico, onde escrevem juntos a novela. Eles transformaram um apart hotel em escritório e lá "batem ponto". "E não nos falamos fora disso. Esse é o truque", revela Svartman. "Eu não falo no telefone. Só tenho para ver as horas", completa Paulo, aos risos.
Isolar-se do "mundo exterior" também é um hábito de Lauro César Muniz. O autor não atende telefonemas e nem lê e-mails. Só é interrompido em caso de urgência pela secretária ou pesquisadora com quem trabalha. Depois de sete anos na Record, o autor vai voltar para a Globo. Marcílio Moraes acredita que o único ritual possível, é "colocar a mão na massa", sem delongas. "Simplesmente sento diante do computador e trabalho até dar conta do capítulo do dia", assegura, o autor da Record. 
Apesar do trabalho pesado, alguns autores procuram inserir momentos de lazer em seu dia a dia. Ciente de que a rotina fica bem intensa, Cristianne Fridman procura dar atenção redobrada à alimentação durante a criação de um folhetim. (T.P.)