A cirurgia plástica desempenha um papel importante quando o assunto está relacionado aos tumores de pele. Além da remoção da lesão, o médico (cirurgião plástico) também é responsável pela reconstrução estética e funcional das áreas afetadas. Os tumores de pele se desenvolvem a partir de alterações nas células cutâneas, frequentemente causadas pela exposição prolongada à radiação ultravioleta (UV). Estão entre os tipos mais comuns no Brasil:
• Carcinoma basocelular: mais frequente e menos agressivo, mas pode causar danos significativos se não tratados.
• Carcinoma espinocelular: segundo tumor de pele mais comum, apresenta crescimento mais rápido e maior risco de destruição de tecidos e de sangramento.
• Melanoma: a forma mais grave, com alto potencial de metástase, mas com boas chances de cura e tratamento quando diagnosticado precocemente.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), as estimativas de incidência do câncer de pele não melanoma, em 2020, foi de 176.930 casos, sendo 83.770 homens e 93.160 mulheres. Já para o tipo melanoma a estimativa, neste mesmo período, foi de 8.450, sendo 4.200 homens e 4.250 mulheres. O câncer de pele mais frequente no Brasil é o não melanoma e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos no país.
O papel da Cirurgia Plástica
A cirurgia plástica nos casos de tumores de pele desempenha duas funções importantes: assegurar a eliminação completa do tumor e, da mesma forma, preservar o máximo da aparência e a funcionalidade da região afetada. “Nestes casos, a cirurgia plástica é uma importante ferramenta de transformação não só do corpo, mas também de resgate da autoestima de muitos pacientes” afirma a Dra. Danielle N. Briza, cirurgiã plástica, especialista em reconstrução e tumores cutâneos.
Além dos benefícios médicos, a cirurgia plástica também contribui na recuperação emocional dos pacientes. É comum a remoção de um tumor deixar deformidades e cicatrizes visíveis, impactando a autoestima e nas funcionalidades desses pacientes. Nesses casos, a cirurgia reconstrutiva busca minimizar esses efeitos, contribuindo para que o paciente possa retornar as suas atividades cotidianas com mais segurança e tranquilidade.
Como identificar um câncer de pele?
O câncer de pele é o tipo de câncer mais comum no Brasil e no mundo, mas quando detectado precocemente, as chances de cura são altas. Por isso, estar atento aos sinais de alerta e buscar orientação médica logo após as primeiras alterações pode fazer a diferença no tratamento.
Entre os sinais que merecem atenção estão:
• Feridas que não cicatrizam: lesões persistentes que não cicatrizam em até quatro semanas devem ser investigadas;
• Manchas ou áreas avermelhadas: irritações que coçam, doem, formam crostas ou sagram, o que pode caracterizar o carcinoma;
• Mudanças em pintas existentes: a regra ABCDE ajuda a identificar alterações suspeitas em pintas e corresponde, respectivamente A (assimetria), B (borda irregulares), C (variações entre os tons de preto, marrom, vermelho, branco e azul), D (diâmetro – lesões maiores que 6 mm devem der avaliadas), E (evolução – corresponde as alterações de tamanha e forma);
• Nódulos ou caroços: nódulos brilhantes ou perolados, principalmente no rosto, orelhas, pescoço e mãos.
Técnicas Cirúrgicas
As técnicas utilizadas para a extração da lesão na pele podem variar de acordo com o tipo, tamanho, localização, bem como as necessidades de cada paciente. Uma das mais utilizadas é a cirurgia de Mohs, um método que permite a remoção do tumor com margens muito precisas, o que reduz o impacto nos tecidos saudáveis ao mesmo tempo em que garante a retirada total do tumor. Essa técnica é mais indicada em áreas mais sensíveis como o rosto, pescoço e mãos.
As técnicas utilizadas para a extração da lesão na pele podem variar de acordo com o tipo, tamanho, localização, bem como as necessidades de cada paciente. Uma das mais utilizadas é a cirurgia de Mohs, um método que permite a remoção do tumor com margens muito precisas, o que reduz o impacto nos tecidos saudáveis ao mesmo tempo em que garante a retirada total do tumor. Essa técnica é mais indicada em áreas mais sensíveis como o rosto, pescoço e mãos.
Outra técnica muito utilizada é a excisão convencional, na qual o tumor é retirado como uma margem de segurança ao redor. De acordo com a necessidade individual, a reconstrução pode ser realizada através de enxertos de pele, retalhos locais ou até musculares para restaurar a área afetada. Além disso, avanços tecnológicos como o uso de microcirurgia podem viabilizar a reconstrução em casos mais complexos como tumores grandes na região da face e couro cabeludo.
Dra. Danielle Briza
Médica formada pela Santa Casa de SP. Especialista em Cirurgia Plástica, pela USP São Paulo e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Atua como médica no Hospital Nove de Julho e Sabará no atendimento a queimados e na Prevent Senior com reconstrução e microcirurgia.