Uma das estrelas do Salão de Genebra (Suíça), em março deste ano, o Mercedes-Maybach S 600 Pullman é destinado a chefes de Estado e famílias abastadas. O novo sedã projeta o futuro de uma linha de produtos criada há 50 anos e conhecida pelas dimensões generosas, requinte extremo e por um aspecto praticamente obrigatório: a maioria dos donos manda blindar os carros.
Chegar às blindagens atuais, que em veículos de passeio suportam impactos de projéteis potentes e explosivos, remonta o ano 2 mil antes de Cristo. Naquela época, os chineses já protegiam os ocupantes de seus veículos e navios de guerra com chapas de metal.
Cerca de 3.500 anos depois, Leonardo da Vinci criou o precursor dos atuais tanques de guerra. O blindado se movia sobre uma base, que podia girar 360 graus e disparar vários tipos de armamentos em todas as direções. Sua estrutura, em forma de couraça de tartaruga, era recoberta de metal.
Pulando para o Século XX, em 8 de dezembro de 1941, o presidente norte-americano, Franklin Delano Roosevelt, foi ao Congresso declarar guerra aos países do Eixo em um Cadillac 1931 blindado. O carro fora confiscado de Al Capone, preso por evasão Fiscal. No Brasil, os primeiros veículos blindados de uso civil surgiram nos anos 50. Eram feitos pela Massari para a transportadora de valores Brinks. Nos anos 80, a companhia criou a Massari Armour. A divisão era focada na produção de carros de passeio blindados.
Uma década depois, havia no País ao menos outras três grandes empresas: Inbra, G5 e O'Gara (americana). Eram feitos menos de 30 carros ao mês.
O primeiro grande salto do setor ocorreu com o Salão do Automóvel de 1996. A O'Gara mostrou a blindagem pela primeira vez ao grande público.
Desde 1999, o Exército Brasileiro passou a controlar o registro de veículos de passeio blindados vendidos no País. O primeiro a ter o novo registro foi um Chevrolet Omega CD 2003.